Médica é agredida com chutes e socos por mulher de paciente na UPA Pinheirinho

Redação Litorânea
Foto: Cristiano Vaz

A médica teve ferimentos na altura do olho e ficou abalada psicologicamente

Uma mulher foi presa após agredir uma médica na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Pinheirinho, em Curitiba, na madrugada deste domingo (30).

Ela desferiu tapas, chutes e socos em uma médica depois que a profissional a orientou a ficar do lado de fora enquanto o marido dela era atendido.

A médica teve ferimentos na altura do olho e ficou abalada psicologicamente. A agressão ocorreu por volta das 05h30. Ela contou que seguiu o protocolo ao solicitar que a acompanhante não ficasse junto, medida adotada em razão da pandemia.

“Depois que eu pedi para ela aguardar lá fora, que é normal na UPA, acompanhante não fica junto, ela se exaltou, veio para cima de mim, começou a falar palavras de baixo calão, começou a me agredir fisicamente e verbalmente. Eu não consegui me defender, cai no chão, ela continuou me batendo, eu pedi socorro. Quem me ajudou foram a equipe da enfermagem e os próprios pacientes.”, relatou à reportagem.

A mulher foi contida por guardas municipais que a encaminharam para a Central de Flagrantes. A médica desabafou . Disse que ficou mais abalada emocionalmente do que com o hematoma no rosto.

“O que abala mais não é o hematoma, mas o abalo mental, psicológico. Estar lá trabalhando sobrecarregada e ainda tem que passar por isso.”, disse

A UPA Pinheirinho, assim como outras unidades de saúde, registram nas últimas semanas um fluxo maior de pacientes em razão do aumento no número de casos de Covid-19 em Curitiba e na região. Questionada se está com medo de voltar a atuar na unidade, a médica mais uma vez desabafou: “Agora sim, mas a gente não pode parar de trabalhar.”

“Ela não parou até chegar alguém para separar. Estamos muito vulneráveis ali dentro. Se uma pessoa assim, alterada, está armada? Não sei o que poderia ter acontecido. Fiquei pensativa o quanto estamos vulneráveis.”, finalizou.

Secretaria Municipal da Saúde

Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde lamentou as agressões e afirma que solicitou reforço da Guarda Municipal nas UPAs. Leia a nota na íntegra:

“A Secretaria Municipal da Saúde lamenta profundamente, que neste momento atual da pandemia, após trabalhar incansavelmente durante todo esse período, os profissionais de saúde estejam sendo atacados e sendo vítimas de agressão, por parte da população.

Por volta das 5h30 deste domingo (30/1), guardas municipais de serviço prestaram apoio a uma médica agredida verbal e fisicamente por uma mulher na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Pinheirinho. Junto com uma testemunha, as duas foram conduzidas pela equipe da GM até a Central de Flagrantes da Polícia Civil.

A profissional foi agredida no exercício de sua função, sem nada que houvesse justificativa para tamanha violência.

A agressão ocorreu após ela orientar a familiar do paciente a aguardar na sala de espera enquanto o paciente era atendido, seguindo o protocolo adotado por questões sanitárias, durante a pandemia.

A Secretaria Muncipal da Saúde solicitou reforço da Guarda Municipal nas UPAs. Além disso, faz um apelo à população para que respeite os profissionais que trabalham no enfrentamento dessa grave crise.”

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