No tradicional vídeo divulgado pelo Vaticano para as orações do mês, o papa Francisco abordou o tema da depressão e da exaustão mental dos tempos atuais. A publicação de quarta-feira (3) faz parte da Rede Mundial de Orações da Igreja Católica.
“Rezemos para que as pessoas que sofrem de depressão ou de [síndrome de] burnout encontrem apoio de todos e uma luz que lhes abra a vida. A sobrecarga de trabalho e o estresse fazem sim com que muitas pessoas experimentem uma exaustão extrema, uma exaustão mental, emotiva, afetiva e física”, disse na mensagem.
Segundo o líder católico, “a tristeza, a apatia e o cansaço espiritual acabam dominando a vida das pessoas, que se veem sobrecarregadas com o ritmo de vida atual”.
“Busquemos ficar próximos a quem está exausto, a quem está desesperado, a quem está sem esperança, escutando excessivamente o silêncio porque não conseguem conversar com outra pessoa. ‘Não, a vida não é assim. Me escute, te dou a receita'”, ressaltou.
Na mensagem, Francisco ainda pontua que “além do imprescindível acompanhamento psicológico, que é útil e eficaz, ajudam também as palavras de Jesus”. “Me vem na mente e no coração a frase: ‘Venham a mim todos os que estão cansados e oprimidos, que eu vos aliviarei'”, diz citando a passagem bíblica de Mateus 11:28.
Essa não é a primeira vez que Francisco cita os problemas psicológicos como um assunto muito importante em seu Pontificado. Por diversas vezes, ele citou esses problemas como o resultado da vida contemporânea e que isso pode atingir a “qualquer um”, cristão ou não.
Antes dele, o papa João Paulo II havia abordado o assunto de maneira clara em 2004, quando alertou que a depressão era uma doença e não um “pecado fundamental” e que ninguém deveria ser julgado moralmente ou condenado por sofrer do problema.