Homens são resgatados de trabalho análogo à escravidão no Paraná

Aly Moultaka
Imagem: Reprodução

Na quinta-feira, 30 de março, o Ministério do Trabalho e Previdência divulgou que, na última segunda-feira, 27 de março, resgatou 14 trabalhadores em condições análogas à escravidão em uma pedreira no Municípío de Mauá da Serra, na Região Norte do Paraná.

Conforme informações, os trabalhadores utilizavam bombas caseiras para detonar as rochas, sem nenhum equipamento de proteção; os trabalhadores faziam a mistura de pólvora com salitre, carvão e enxofre, socavam em uma bomba e colocavam para explodir.

De acordo com as informações divulgadas, um auditor fiscal do Ministério do Trabalho e Previdência esteve no local e afirmou que cada um dos homens resgatados precisava levar a própria ferramenta para realizar os trabalhos na pedreira.

Ainda conforme o Ministério, sete das quatorze vítimas são do Estado do Piauí, as outras moravam na cidade e trabalhavam quebrando pedras, também sem nenhuma proteção; o auditor afirma que os trabalhadores de fora viviam em situações degradantes.

As investigações apontam que parte dos trabalhadores vivia em um curral com cozinha e colchões improvisados ao lado de animais; enquanto a outra parte vivia em tendas montadas com lonas no local onde realizavam o trabalho.

O auditor fiscal que esteve no trabalho assevera que as condições que os trabalhadores viviam não atendiam à legislação trabalhista; durante o resgate, as vítimas relataram que trabalharam por um período de oito meses nessas condições análogas à escravidão.

Ainda de acordo com os relatos das vítimas resgatadas na ação do Ministério, no decorrer do período em que estiveram no trabalho, eles precisavam custear os seus gastos com alimentação e produtos pessoais; todos relataram que não conseguiam pagar as dívidas.

Após o resgate os responsáveis pela pedreira e pela contratação dos trabalhadores foram autuados por trabalho análogo a escravidão e o local foi devidamente interditado; as vítimas foram levadas para um hotel, onde receberam banho e alimentação.

Após o resgate, a Câmara Municipal de Mauá da Serra foi usada para que os trabalhadores pudessem ser ouvidos por auditores e procuradores; de acordo com informações, os homens aguardam o pagamento dos direitos trabalhistas.

Por fim, é importante salientar que as denúncias de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas, de forma anônima, no Sistema Ipê, pela internet; o sistema serve para coletar, concentrar e dar prosseguimento às denúncias no território nacional.

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