Taxa de desemprego fica estável em 8,6% em fevereiro

Aly Moultaka

Nesta terça-feira, 11 de abril, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IPEA, informou que o mercado de trabalho vem dando sinais de arrefecimento nos últimos meses, pois, após recuar em outubro de 2022, chegando a 8,3%, a taxa de desocupação acelerou lentamente e atingiu 8,6% em janeiro e fevereiro deste ano.

Na comparação entre fevereiro de 2023 e de 2022, ela caiu 2,6 pontos percentuais. Os dados foram calculados pelo Ipea a partir da série trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

O arrefecimento da ocupação vem ocorrendo de forma mais intensa no setor informal, no trimestre móvel encerrado em fevereiro, enquanto a população ocupada formal se expandiu a uma taxa média interanual de 5,0%, a registrada entre os trabalhadores informais foi de apenas 0,4%. 

Os pesquisadores também ressaltam que o aumento recente da taxa de desemprego tem sido atenuado pelo recuo da taxa de participação, que caiu de 63,5% em junho de 2022 para 61,4% em fevereiro de 2023, refletindo o recuo da força de trabalho. 

Em fevereiro, o número de trabalhadores ocupados ou que estavam à procura de emprego era de aproximadamente 107 milhões, 2,7% menor que o observado em junho, quando atingiu o maior valor da série (110 milhões).

Os microdados trimestrais do IBGE mostraram que a queda da população ocupada do terceiro para o quarto trimestre de 2022 aconteceu por causa de um recuo maior dos fluxos de entrada na ocupação (de 44,9% para 43,2%) em relação ao fluxo de saída da ocupação (de 43,9% para 43,1%). Ou seja, a retração da população ocupada é explicada mais fortemente pela queda nas contratações do que pelo aumento das demissões.

Ainda de acordo com os microdados trimestrais,  a análise por setores revela que evolução positiva na população ocupada agregada entre os quartos trimestres de 2021 e 2022 é consequência da melhora do emprego em praticamente todos os segmentos, com exceção da agricultura, construção civil e serviços industriais de utilidade pública. 

Porém, se comparados às taxas interanuais do terceiro trimestre de 2022, os resultados para o quarto trimestre mostram redução em dez dos treze setores pesquisados, com destaques negativos para os serviços pessoais (de 24% para 9,8%), serviços domésticos (de 9,6% para 2,1%), administração pública (de 8,8% para 3,7%), serviços de alojamento e alimentação (de 8,5% para 3,5%) e comércio (de 7,8% para 4%).

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