O gerente de vendas encontrado morto dentro de um carro no bairro Rebouças, em Curitiba, no sábado (28), teria sido vítima de um crime passional. É o que acredita o delegado Tito Lívio Barrichello, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em entrevista na manhã desta segunda-feira (30).
Walter Luiz Mariano Machado, de 41 anos, foi encontrado com um corte no pescoço, provocado por objeto pontiagudo. O corpo estava dentro do carro dele, um Ka preto.
“Me parece um estoque [arma improvisada], não me parece uma faca pelo tipo de lesão. Um objeto pontiagudo, que pode ser, inclusive, uma chave de fenda. Me parece que não é algo premeditado, orquestrado. Se fosse, teria uma arma de fogo, uma faca, seriam muitas lesões. Pelo tipo de lesão, poderia ser que ele não perdesse a vida. Então, é algo passional, que aconteceu naquele momento”, afirma Barrichello.
De acordo com o delegado, não houve tentativa de defesa ao golpe por parte de Walter Luiz.
“Pelas características, a ferida no pescoço, sem lesões de defesa – porque, em regra, quando alguém lesiona outra, ainda mais ele sendo uma vítima forte, que fazia academia, treinava -, em geral, existem lesões de defesa, quando a pessoa tenta obstar a ação criminosa, lesionando as mãos e os braços. E não tem esse tipo de lesão. Ele deixou o pescoço à mercê do criminoso. Precisamos entender por que isso aconteceu”, diz.
O celular da vítima teria desaparecido do local do crime. Preservativos foram encontrados dentro do carro de Walter, um deles usado. Barrichello informou que um exame genético já foi solicitado e será feito teste de compatibilidade, para tentar descobrir de quem é o material genético e chegar na autoria do crime.
De acordo com a investigação acredita que Water Luiz parou o carro, desceu do veículo e então sofreu a lesão no pescoço, que causou a morte dele. A DHPP ainda não tem a identificação sobre a autoria do crime.
Investigadores conversam com familiares e pessoas vinculadas ao gerente de vendas morto no Rebouças e também com moradores de rua, para entender a dinâmica dos fatos. Quem tiver informações que possam colaborar com a DHPP podem informar anonimamente pelo telefone 0800 643 11 21.
Apesar de crer em crime passional, Barrichello afirma que apenas a hipótese de tráfico de drogas é descartada, inicialmente. “Sem passagem pela polícia, então não está veiculado de tráfico de drogas”.