Casa Betânia fundada por Pe Antonio em Guaratuba, uma obra social dedicada aos moradores de rua

Silvana Baitala
Padre Antonio e jovens acolhidos na Casa Betânea

   Guaratuba, a última praia do Paraná, fica na divisa com o estado de Santa Catarina. Quem conhece o balneário Barra do Saí, pode comprovar a magnífica obra do Criador, ao observar a união dos rios com o mar, e pode presenciar o compartilhar destas águas doce com a salgada se transformando em  exuberância na beleza do lugar e também no sucesso da pesca.

 Estes rios que nasceram em lugares diferentes, cada um carregando seus peixes, suas algas, e seus lixos, desembocam no gigante e esplendoroso mar que transforma em abundância de sustento para todos os povos de muitas etnias e raças, pescadores, moradores, turistas, não importa… a vida e o agrado é para todos. O último município, o último balneário, torna-se o primeiro na vida destes moradores.

Uma obra semelhante a esta história nasceu neste último pedaço de terra paranaense, ou última cidade do litoral do Paraná. Um padre que veio há 4 anos, guiado por sua vontade de transformar o velho em novo, o abandonado em acolhido, trouxe com ele o compartilhar, e se instalou, feito o mar da Barra , chamando para si os mais necessitados, aqueles abandonados, os últimos, sem ninguém.

E estes vindos das ruas, dos becos, cada um trazendo consigo os seus medos, o seu vício, o seu pecado, a sua sujeira, seus passados, mas também suas qualidades seus conhecimentos e experiências, quem sabe até mesmo suas bondades, desembocaram na calçada de entrada da Paróquia São Francisco de Assis suas esperanças.

Tal qual o mar recebeu todo o lixo e peixes suculentos vindos dos rios, o padre Antonio Carlos, pároco da São Francisco acolheu estes moradores de rua, no início em uma casa no terreno da igreja.

Depois, diante de tantos preconceitos, reclamações e evidências de que aquele pequeno espaço da paróquia não poderia suportar tantos fardos, padre Antonio buscou parcerias, se desfez de  recurso próprio enfrentou sem saber como iria terminar (e ainda não sabe) com tantas dívidas, e buscou um mar para estes pequenos e humilhados.

Claro que é de conhecimento geral, que muitos não se importam, não merecem, trazem mentiras e maldade em seus corações, mas … ele foi em frente, e, passados dois anos de busca o albergue se transformou em “Casa Betânia”, casa de apoio ao morador de rua de Guaratuba.

Entre muitos capítulos e regras da documentação que mostra a legitimidade da instituição, algumas regras como, tempo de estadia na casa não ultrapassa a 3 meses. Aos que aceitam pernoitar na casa de apoio, têm quartos com banheiro, uma cozinha comunitária onde se revezam para preparar os lanches que vêm de doações da comunidade, um espaço físico para lavar suas roupas, ajudar nos afazeres da casa, dormir com roupas de cama e banho também oriundos de doação, porém limpos.

Os  acolhidos podem sair da casa para buscar trabalho, fazer seus documentos, estudar, ir à igreja, ajudar nos trabalhos de construção, pedreiros, carregar e descarregar , enfim, são livres para transitar durante o dia e ter um lugar para voltar ao anoitecer.

Na casa de acolhida moram o pároco Antonio e também o padre Adão, que contribui com a orientação espiritual dos acolhidos, e com os serviços caseiros como por exemplo a manutenção dos vasos de flores deixando tudo mais alegre e perfumado,

Quando buscam a casa apoio, os moradores passam por um cadastro, fazem teste do bafômetro, e são acolhidos.

Atualmente a Casa Betânia está com 35 moradores em trânsito, a luta diária é difícil, muito mais díficil do que se possa imaginar. Existem diversas situações que devem ser apaziguadas, mas também tem o encontro com amor e ao despejar seus fardos, nasce uma nova oportunidade para a vida.

Padre Antonio conta que buscou a Assistência Social do município, e através do CREAS consegue ajuda com a documentação para os “acolhidos”, e com os documentos em mãos,  já encaminhou diversos jovens para suas famílias, e solicitação de benefícios e emprego . Da Betânia já saíram homens e mulheres com profissão, curados de vícios ou alcoolismo, e acima de tudo com dignidade.

Padre Antonio Carlos, passa sua mensagem de amor todas as manhãs na Rádio Litorânea às 6:40 ao amanhecer, e nós, Grupo Litorânea de Comunicação somos parceiros e compartilhamos com nossos ouvintes e comunidade esta oportunidade de juntos sermos solidários.

E sempre que puder, passe na Paróquia São Francisco de Assis e leve um pacote de alimento, ou uma doação em roupa masculina principalmente, chinelos, material de limpeza, sabão para lavar as roupas, quem sabe um desodorante, uma água de cheiro, ou você que é empresário  destinar a porcentagem legal da declaração do Imposto de Renda para a ONG Casa Betânia.

Se preferir venha nos visitar na rádio, deixe sua doação e repassamos à instituição.

Na verdade o que queremos é que sejamos rios que desembocam nesse mar chamado Guaratuba, e deste mar possamos transformar o nosso mundo ou apenas… fazer a nossa parte!

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1 Comentário
  • Meu amigo e grande padre Antônio Carlos.
    Deus te escolheu para servir e você obedeceu, vc O serve de maneira digna e humilde. Você sempre enxergou oportunidades em vidas comprometidas por vícios ou desamor. Padre tenho orgulho em ser sua amiga, desejo que Deus continue lhe abençoando e conduzindo para o caminho do bem. Vc é o bom Pastor.

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