O poder das redes sociais é inegável, mas quando usado por políticos sem responsabilidade, pode transformar divergências em verdadeiras guerras. E foi exatamente isso que se viu em Guaratuba na última segunda-feira (11).
O ex-líder do prefeito, André Montemezzo, publicou em suas redes sociais, horas antes de uma reunião entre pescadores e o Instituto Água e Terra (IAT) sobre a abertura do Refúgio dos Guarás, um vídeo com a frase “É MATAR OU MORRER”. O tom incendiário não ficou apenas na internet: pouco depois, na própria reunião, o vereador Wallace acabou sendo agredido pelo presidente da Colônia de Pescadores, Álvaro Cunha.
A relação entre as palavras de Montemezzo e o clima explosivo do encontro é óbvia. E, mais grave ainda, é ver o prefeito de direito fingindo que nada aconteceu, como se a incitação ao ódio fosse algo normal no debate político local.
O vereador, que já coleciona gafes no uso da língua portuguesa e episódios de confusão, parece usar tanto a tribuna quanto as redes sociais como palco para criar brigas e dividir a população. Onde há confusão, lá está Montemezzo, virou quase um lema não-oficial da política guaratubana.
Vale lembrar que incitar ódio e ofender publicamente pessoas é crime, previsto no Artigo 140 do Código Penal: injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou decoro, pode resultar em detenção de um a seis meses ou multa, agravada se envolver elementos de raça, cor, etnia, religião, origem, idade ou deficiência, mas é claro que o nobre vereador sabe, (já que se sente feliz em ser chamado de doutor).
Agora, a grande questão é, o presidente da Câmara, Ricardo Borba, e o prefeito vão continuar calados e coniventes, ou finalmente vão dar um basta nessa postura que só prejudica a cidade? A população já entendeu o jogo, mas quem está no poder parece preferir assistir de camarote ao caos se instalar.