
A relação comercial entre o Paraná e os Estados Unidos, um dos principais destinos dos produtos paranaenses, movimenta bilhões de dólares anualmente e sustenta milhares de empregos no estado. De acordo com dados recentes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as vendas para o mercado norte-americano ultrapassaram a marca de US$ 2,5 bilhões em 2024.
Um levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), com base nesses números, mostra que a pauta é diversificada, liderada por madeira e seus derivados (compensados e móveis), material de transporte (autopeças) e carnes (principalmente frango e processados).
Análise de impacto: o que uma tarifa de 50% causaria?
Uma sobretaxa de 50% sobre os produtos brasileiros, como a ameaçada em cenários de guerra comercial, teria um impacto devastador e imediato na balança comercial do Paraná. Produtos que hoje são competitivos se tornariam inviáveis da noite para o dia. Segundo analistas de comércio exterior consultados pela reportagem, o primeiro impacto seria a perda imediata de competitividade.
No setor de madeira e móveis, por exemplo, o preço final para o consumidor americano praticamente dobraria, abrindo espaço para concorrentes como Canadá, Vietnã e produtores locais. Na indústria automotiva, que opera com cadeias de produção integradas e margens justas, uma tarifa dessa magnitude simplesmente quebraria os contratos de fornecimento, forçando montadoras americanas a buscar peças no México ou na Ásia.