Vítima relata ter sido amarrada e trancada por 10 dias em quarto de clínica de reabilitação em Pontal do Paraná

Cleomar Diesel
Reprodução

Um homem que preferiu não se identificar é uma das vítimas de agressões, torturas e cárcere privado que levaram o Ministério Público do Paraná (MP-PR) a abrir uma investigação e denunciar três pessoas.

Pelo menos 16 vítimas são listadas no processo — entre elas idosos e adolescentes.

Por conta de agressões no rosto, o paciente chegou a perder o aparelho odontológico que usava. Ele também contou que era sedado e submetido a banhos gelados em caso de “desobediência”.

Felipe Dala Dea Pagano, interno que fazia serviços de rotina no centro terapêutico Líber, Narciso Possebon dos Santos e Pablo Fernandes, funcionários da clínica, vão responder pelos crimes de associação criminosa, cárcere privado, tortura, redução à condição análoga à de escravo e retenção de documentos pessoais.

No caso da vítima, o preço cobrado pelo tratamento esperado era de R$ 2 mil por mês, custeado pela família.

Em nota, o advogado da clínica e dos três homens réus no processo afirmou que eles estão à disposição da Justiça para esclarecimentos dos fatos e para demonstrar a verdade. Disse, ainda, que os proprietários do estabelecimento não foram indiciados e que vão se manifestar quando forem intimados.

A Vigilância Sanitária determinou a interdição do estabelecimento.

As investigações começaram após relatos de internos e testemunhas. Para o MP-PR, os três homens mantiveram os pacientes “em condições de grave sofrimento físico e moral”.

Conforme relatos, algumas vítimas chegavam a ser sedadas e trancadas em quartos separados. Pacientes também eram obrigados a realizar serviços de limpeza e higiene da clínica, inclusive de necessidades fisiológicas feitas nos quartos e corredores por outras vítimas.

O caso foi registrado em abril deste ano, no balneário de Pontal do Sul.

De acordo com a denúncia, os réus cometiam os crimes como forma de punição por supostas desobediências dos internos. Entre as ações consideradas de “mau comportamento” estavam tentativa de fuga do local e de denúncias à família.

Fonte RPC

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