Na terça-feira, 28 de março, a sucursal brasileira da empresa de telecomunicações alemã Deutsche Welle, a DW, publicou uma reportagem sobre um casal de russos que tiveram um bebê fora do seu País e aponta os possíveis motivos que os levaram a escolher o Brasil.
O casal de russos tiveram os nomes mantidos em sigilo, questionados sobre os motivos da escolha, eles afirmam que desejavam para o filho um passaporte que abrisse mais fronteiras; com a eclosão do conflito na Ucrânia o casal colocou o plano em prática e no dia 4 de janeiro de 2023 a filha deles nasceu em Florianópolis, no Estado de Santa Catarina.
De acordo com as informações divulgadas, a menina é um dos 38 bebês de pais russos que nasceram em Florianópolis apenas em 2023; a capital catarinense se tornou o principal destino brasileiro para uma prática conhecida como “turismo de parto” de famílias russas.
Conforme um artigo da pesquisadora da Universidade Federal de São Carlos, Svetlana Ruseishvili, turismo de parto “diz respeito às mulheres que escolhem um país para parir, sem pretensão de se estabelecer nele, e sim para obter o passaporte para o seu filho”.
Ainda de acordo com o artigo da pesquisadora, os motivos dessas mulheres são variados, contudo, os principais são a busca de melhores condições médicas e o acesso à cidadania para a sua criança e, eventualmente, para outros membros da família.
O tema já havia causado polêmica em Florianópolis em 2019, à época, o Conselho Tutelar do Município desconfiou dos motivos que levaram as russas a ter filhos na capital catarinense e deixar, não só a cidade, mas, o País, logo em seguida.
Na época, a população de Florianópolis chegou a cogitar que havia um grande esquema de tráfico internacional de crianças; a Polícia Federal, que investigou o caso, não disponibilizou maiores informações sobre os desdobramentos e o desfecho da investigação.