À medida que as águas das enchentes começam a recuar, revela-se a verdadeira dimensão da tragédia que se abateu sobre o Rio Grande do Sul. O que antes estava encoberto pela água agora se descortina, expondo cenas de morte e sofrimento que assombram a região.
Até agora, a água ocultou muitas tragédias humanas e animais. Com o passar do tempo, os corpos de pessoas e animais entram em estado de putrefação, deixando à mostra a devastação e o caos que assolaram a região. Além disso, a densa população e a criação intensiva de animais, como porcos e vacas, tornam o cenário ainda mais desolador.
Entre as histórias que chocaram o país, está a de Isaías, um voluntário que perdeu sua casa nas enchentes. Em entrevista, Isaías relata ter testemunhado corpos de mortos amarrados em postes para evitar que fossem levados pelas águas avassaladoras.
Os números oficiais confirmam a magnitude da tragédia: mais de 90 mortos, 850 mil pessoas afetadas, 132 desaparecidos e 361 feridos, segundo o boletim da Defesa Civil Estadual. Mais de 155 mil pessoas ficaram desalojadas em 388 municípios gaúchos afetados pelas chuvas.
Na região metropolitana de Porto Alegre, a situação é de caos total. Pessoas estão ilhadas, hospitais em Canoas foram fechados e o cenário é comparado a uma “zona de guerra”.
A previsão do tempo não traz alívio, com alerta de chuvas intensas nas próximas 24 horas. Cidades como Pedro Osório, Bagé, Arroio Grande e outras próximas à fronteira com o Uruguai devem ser afetadas. Há risco de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores e alagamentos, tornando o cenário ainda mais desafiador para as autoridades e equipes de resgate.