Os temporais que assolam o Rio Grande do Sul desde a última segunda-feira (29) já causaram um impacto devastador, resultando em 32 mortes e deixando 60 pessoas desaparecidas até o início desta sexta-feira (3). Diferentemente de anos anteriores, quando as chuvas eram mais localizadas, como no Vale do Taquari em 2023, desta vez, todo o território gaúcho está sofrendo com as consequências.
A Defesa Civil alerta para a elevação das águas em grande parte das bacias hidrográficas do estado, com risco de transbordamento dos rios, arroios e canais, não se restringindo apenas às margens do Rio Jacuí e do Rio Taquari. O governador Eduardo Leite descreveu o temporal como “o maior desastre do estado” e comparou a situação a “uma guerra”.
Diante da gravidade da situação, o governo estadual decretou estado de calamidade, medida que foi prontamente reconhecida pelo governo federal. Isso permite ao estado solicitar recursos federais para auxiliar nas ações de defesa civil, incluindo assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.
Além dos 32 mortos e 60 desaparecidos, a Defesa Civil informa que 36 pessoas ficaram feridas e aproximadamente 14,8 mil pessoas estão desalojadas, das quais 4.645 estão em abrigos e 10.242 encontram-se na casa de familiares ou amigos. Ao todo, 154 dos 496 municípios do estado foram afetados, impactando cerca de 71,3 mil pessoas.
A tragédia desta semana atingiu várias cidades gaúchas, com Canela, Candelária, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Gramado e Santa Maria entre as mais afetadas. O número de mortes confirmadas pela Defesa Civil já chega a 29, com outras três vítimas reportadas em São Vendelino e Taquara por fontes locais.
O estado também enfrenta o desafio de lidar com as barragens, que representam um risco adicional em meio à situação de calamidade. A população segue em alerta máximo enquanto as equipes de resgate trabalham incansavelmente para lidar com essa crise sem precedentes.