Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que o recente surto de febre Oropouche registrado em 2024 foi provocado por uma nova linhagem viral, identificada como OROV BR-2015-2024. A linhagem foi descoberta na Região Amazônica e seus resultados foram publicados na revista científica Nature Medicine.
O estudo destacou que o aumento súbito de casos nos primeiros meses de 2024, principalmente no Amazonas, gerou um alerta epidemiológico. Desde 2022, mais de 6 mil ocorrências da doença foram registradas em 140 municípios da Região Norte, levando à investigação aprofundada. O surto se espalhou por todo o país, atingindo diversas regiões.
O sequenciamento genético, conduzido em 382 casos nos estados de Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, apontou que a nova linhagem surgiu entre 2010 e 2014 como resultado de um rearranjo entre cepas circulantes no Brasil e outros países vizinhos como Peru, Colômbia e Equador.
A febre Oropouche é transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraensis, o maruim, e provoca sintomas semelhantes aos da dengue, como febre, dores nas articulações, e erupções cutâneas. Não há tratamento específico, mas os pacientes devem ser monitorados de perto.