Sino histórico doado por Dom Pedro II é furtado da Igreja São Miguel Arcanjo em Biguaçu

Cleomar Diesel
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Os fiéis católicos de Biguaçu, em Santa Catarina, estão abalados e indignados com um crime que afetou uma parte importante da história da região. Na madrugada de terça-feira (6) para quarta-feira (7), a Igreja São Miguel Arcanjo foi alvo de um furto que resultou no desaparecimento de um sino doado pelo imperador Dom Pedro II em 1845.

O sino, que estava guardado em uma torre separada da igreja, estava protegido por grades na frente e atrás. No entanto, os criminosos conseguiram arrombar um cadeado fixado à grade na parte de trás da torre para levar o objeto. Apesar da ausência de câmeras de segurança no local, a polícia está utilizando outros recursos para investigar o caso.

O padre responsável pela paróquia, Ewerton Martins, relatou que a falta do sino foi percebida na quarta-feira por uma das lideranças da igreja. Ele lembrou que a Igreja São Miguel já foi alvo de furtos no passado, devido ao seu isolamento em relação à comunidade.

A ocorrência foi atendida pelo 24º Batalhão da Polícia Militar de Santa Catarina, porém a falta de câmeras nas proximidades dificulta as investigações, de acordo com o tenente Nunes.

A comunidade de Biguaçu foi orientada a não se manifestar sobre o caso para não prejudicar as investigações, mas dona Diva Siqueira Sobrinha, moradora próxima à igreja, expressou sua tristeza e perda de esperança em ver e ouvir novamente o imponente sino.

O sino furtado possui um valor histórico significativo. A Igreja de São Miguel Arcanjo foi inaugurada em 1751 e faz parte do Conjunto Luso-Açoriano de São Miguel, que foi tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). O conjunto inclui o aqueduto e o sobrado do Museu Etnográfico Casa dos Açores. Infelizmente, não é a primeira vez que a igreja enfrenta um crime dessa natureza. Em 2011, uma imagem de São Miguel Arcanjo foi furtada e só foi encontrada posteriormente.

Os objetos furtados na década de 70, além da imagem, incluíam um sino de bronze doado por Dom Pedro II, um cálice de ouro maciço, uma coroa e um cetro de prata, além da espada e do cinturão de São Miguel. A imagem furtada em 2011 foi recuperada, mas por questões de segurança, ela não retornou à Igreja de São Miguel.

A comunidade de Biguaçu espera que as autoridades consigam solucionar o caso e recuperar o sino histórico, que representa não apenas um patrimônio religioso, mas também uma parte importante da história local.

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