Há 30 anos, em setembro de 1994, uma tragédia abalou os Estados Unidos e deixou um legado de conscientização. O jovem Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio e deixou amigos e familiares devastados. Mike era conhecido por seu Mustang 68 amarelo, e no dia de seu velório, seus pais e amigos distribuíram cartões com fitas amarelas e mensagens de apoio emocional, na esperança de ajudar outras pessoas que estivessem enfrentando problemas semelhantes. Esse gesto de solidariedade acabou inspirando o uso da cor amarela como símbolo do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, celebrado em 10 de setembro.
A data é organizada pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) e endossada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), representando um compromisso global para chamar atenção sobre a importância da prevenção ao suicídio.
Movimento no Brasil
No Brasil, o movimento Setembro Amarelo foi criado em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), com apoio do Centro de Valorização da Vida (CVV). A campanha busca conscientizar a sociedade sobre a prevenção ao suicídio, promovendo debates e a disseminação de informações.
Paraná e a legislação
No Paraná, a Lei nº 18.871/2016 foi instituída para tratar da valorização da vida, criando a Semana de Valorização da Vida e de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, que acontece em torno do dia 10 de setembro. O objetivo é promover debates e palestras sobre a identificação de sinais suicidas e formas de apoio, buscando diminuir os índices de automutilação e suicídio.
Números alarmantes
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais pessoas morrem anualmente por suicídio do que por HIV, malária ou câncer de mama. No Brasil, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em 2023, mostrou 16.262 suicídios registrados em 2022, com uma taxa de 8 suicídios por 100 mil habitantes. Desde 2010, os índices seguem uma tendência crescente no país, especialmente nas regiões Sul e Centro-Oeste.
Impacto nos jovens
Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é a quarta principal causa de morte. O nível de ansiedade nessa faixa etária superou o de adultos, especialmente entre crianças e jovens de 10 a 14 anos, conforme dados da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).
Estratégias de prevenção
Estudos da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) destacam fatores sociais e de gênero associados ao suicídio. Desemprego, uso de substâncias e desigualdade educacional estão entre os principais fatores. A OMS recomenda ações para reduzir as taxas, como dificultar o acesso a métodos letais, melhorar a cobertura da saúde mental e fortalecer as conexões sociais.
Onde buscar ajuda
Se você ou alguém que conhece está passando por dificuldades, procure apoio. O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece atendimento gratuito e anônimo pelo número 188, disponível 24 horas por dia. Além disso, o site Mapa Saúde Mental oferece informações sobre diversos tipos de atendimento.
Prevenção é o melhor caminho para salvar vidas.