A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná (Sesp) anunciou nesta quarta-feira (17) a criação de um grupo de trabalho dedicado à mediação de conflitos fundiários na região oeste do estado. A iniciativa surge após recentes episódios de tensão, incluindo a invasão de uma fazenda em Terra Roxa, que resultou em confrontos entre indígenas e pecuaristas.
O grupo de trabalho será composto por representantes de entidades ligadas aos direitos indígenas, além de integrantes das forças de segurança pública. Seu principal objetivo será intermediar discussões para viabilizar a compra de uma área pela Itaipu Binacional, destinada à realocação dos indígenas afetados.
Durante a construção da Usina de Itaipu, várias áreas rurais nas regiões de Terra Roxa e Guaíra foram alagadas, afetando comunidades indígenas. Um processo judicial está em andamento para que Itaipu compense essas comunidades com uma nova área.
Segundo o secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira, a Funai está encarregada de identificar e triar as pessoas pertencentes de fato, aos povos indígenas envolvidos, enquanto o acordo de compra da nova área é homologado. “A compra dessa área pela Itaipu é a solução mais rápida e inteligente no momento. Resolve o problema de todo mundo. Se formos esperar pela via judicial, vai demorar muito”, destacou Teixeira.
No último conflito ocorrido, um indígena foi baleado durante os confrontos. A propriedade rural em questão está próxima de uma área demarcada sob responsabilidade do governo federal. A segurança no local foi reforçada pela Polícia Militar, pelo Batalhão de Polícia Militar da Fronteira (BPFRon) e pela Força Nacional.
Em comunicado, a Itaipu Binacional afirmou que “a atual gestão está comprometida com a causa indígena nas áreas de influência da empresa e reitera a disposição em ajudar a resolver de forma pacífica as demandas”.
O grupo de trabalho agora busca estabelecer um diálogo construtivo entre todas as partes envolvidas, visando encontrar uma solução que atenda aos interesses dos indígenas, dos produtores rurais e da sociedade como um todo, promovendo a paz e a harmonia na região.