Saiba mais sobre a coruja-buraqueira a ‘ave xodó’ de Guaratuba e demais cidades litorâneas

Redação Litorânea

O projeto aves do nosso litoral te leva a conhecer uma habitante bastante ativa e corriqueira das áreas próximas ao mar. Estamos falando da coruja-buraqueira (Athene cunicularia), a mais conhecida coruja do Brasil.
Ela pode ser encontrada em qualquer área aberta ou semi-aberta, como campos naturais, restinga em praias, pastagens, gramados e terrenos baldios em áreas urbanas, sendo ativa tanto durante o dia quanto à noite.

Como seu próprio nome diz, é uma espécie terrícola, nidifica no solo, seja em buracos abertos por ela mesma, ou naqueles abandonados por tatus, e readaptados por elas. Por isso, é comumente observadas empoleiradas em mourões de cerca, fios e postes, montes de terra ou no solo próximo do ninho. É uma voraz predadora de invertebrados, caça desde mariposa e besouros até aranhas e escorpiões. Vive cerca de 9 anos em habitat selvagem.

CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE:

Ave de pequeno porte, seu tamanho médio é de 21,5 a 28,5 cm (machos) e de 22 a 25 cm (fêmeas). Possui a cabeça redonda, olhos dispostos lado a lado, num mesmo plano. As sobrancelhas são brancas e os olhos amarelos. Ao contrário da maioria das corujas, o macho é ligeiramente maior que a fêmea e as fêmeas são normalmente mais escuras que os machos.

Tem voo suave e silencioso. Ela tem que virar a pescoço para olhar o entorno, pois seus grandes olhos estão dispostos lado a lado num mesmo plano. Essa disposição frontal proporciona à coruja uma visão binocular (enxerga um objeto com ambos os olhos e ao mesmo tempo).

Isso significa que a coruja pode ver objetos em três dimensões, ou seja, com altura, largura e profundidade. Os olhos da coruja-buraqueira são bem grandes. Além de sua privilegiada visão, a buraqueira possui uma ótima audição, conseguindo localizar sua presa com apenas este sentido.

O adulto possui um tom de cor forte, tem o peito e a barriga com coloração parda, traços cor de terra, variações de marrom, que lembram manchas e barras. O jovem é similar na aparência, mas é gorduchinho, desengonçado, com as penas descabeladas e coloração leve. Seu peito é totalmente branco, sem as variações marrons, possui uma barra amarela passando por toda a asa superior.

Reprodução

As covas possuem em torno de 1,5 a 3 m de profundidade e 30 a 90 cm de largura. Ao redor costuma acumular estrume e se alimenta dos insetos atraídos pelo cheiro. Coloca de 6 a 11 ovos, com período de incubação de 28-30 dias. A fêmea é responsável pela incubação, enquanto o macho pela entrega de alimento ao ninho. Os filhotes começam a se aventurar para fora do ninho com 14 dias de vida, normalmente ficam na entrada do buraco aguardando os adultos. Já com 44 dias de vida, os filhotes saem do ninho, e com 49-56 dias aprendem a caçar.

Seu nome científico significa: do (grego) Athene = divindade grega Atena; e do (latim) cunicularius, cuniculus = mina, mineiro, túnel, passagem subterrânea = coruja mineira ou coruja que cava túneis.

O maior inimigo da coruja buraqueira é o homem, pois, por ser uma ave de rapina, quase não tem predadores naturais. Entretanto, o danoso trânsito de carros sobre a vegetação da praia é o principal fator da destruição da coruja buraqueira e de outras espécies da fauna da praia que compõem a cadeia alimentar, pois, ao passarem sobre a boca dos ninhos, esses veículos soterram o túnel, matando mãe e filhotes asfixiados debaixo da camada de areia em que se encontram.

Agora é com você! Aprenda sobre nossas espécies de aves através das fotografias e filmagens do Instituto Guaju/Prof. Edgar Fernandez e se torne um AMIGO DA NATUREZA, pois preservar o meio ambiente é um ato de respeito a todos os seres que vivem no planeta Terra.

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