O Governo do Paraná criou uma solução inovadora para um problema histórico do setor produtivo: o acúmulo de créditos de ICMS. Por meio do programa Rota do Progresso, o Estado está antecipando o pagamento desses créditos às empresas com uma condição: que os recursos sejam imediatamente reinvestidos em novos projetos em um dos 80 municípios com menores índices de desenvolvimento. A estratégia cria um cenário “ganha-ganha”: as empresas monetizam um dinheiro que estava parado, e cidades do interior recebem investimentos que dificilmente chegariam de outra forma.
R$ 833 milhões em ação: os projetos que vão mudar 10 cidades
Os primeiros resultados do programa já são expressivos. Seis grandes empresas do agronegócio já tiveram 10 projetos aprovados, totalizando R$ 833 milhões em novos investimentos. A Seara investirá R$ 175 milhões em uma granja de alta tecnologia em Cerro Azul.
A Pluma Agroavícola destinará R$ 265 milhões para novos incubatórios e granjas em São Jorge do Patrocínio, Espigão Alto do Iguaçu e Cafezal do Sul. Já a Cooperativa Lar aportará R$ 283 milhões em projetos de avicultura e suinocultura em Rio Bom, Diamante D’Oeste e São José das Palmeiras. Juntas, as novas plantas devem gerar mais de 600 empregos diretos.
“Um programa fenomenal”: a visão do setor produtivo
A iniciativa foi amplamente elogiada pelas lideranças empresariais. O diretor-executivo da Seara, José Antônio Ribas Júnior, classificou o programa como “fundamental e fenomenal”, destacando o cenário em que todos os envolvidos ganham. Para Guilherme Mantovani, da Pluma, a principal relevância foi resolver o gargalo dos créditos de ICMS parados.
“Esse efeito sempre prejudicou o fluxo de caixa das empresas e, não tenho dúvidas, interrompeu vários investimentos ao longo do tempo”, afirmou, ressaltando que agora os projetos podem ser acelerados.
Desenvolvimento, emprego e renda no interior
O Rota do Progresso, coordenado pela Secretaria do Planejamento, é uma política pública focada em reduzir as desigualdades regionais dentro do Paraná. Ao direcionar os investimentos para municípios que mais precisam, o programa fomenta a geração de emprego e renda, diversifica a economia local e melhora a infraestrutura.
“O programa veio em boa hora, porque alinha a necessidade que a cooperativa tinha de investir e a utilização do dinheiro do ICMS, que era difícil de resgatar”, explicou Irineo da Costa Rodrigues, diretor-presidente da Lar.
São contemplados pelo programa os municípios de Agudos do Sul, Altamira do Paraná, Anahy, Antonina, Antônio Olinto, Barbosa Ferraz, Bela Vista da Caroba, Boa Vista da Aparecida, Bom Sucesso, Borrazópolis, Cafezal do Sul, Campina da Lagoa, Cândido de Abreu, Cantagalo, Cerro Azul, Congonhinhas, Cruz Machado, Cruzeiro do Sul, Curiúva, Diamante D’Oeste, Diamante do Sul, Doutor Camargo, Doutor Ulysses, Espigão Alto do Iguaçu, Francisco Alves, Godoy Moreira, Grandes Rios, Guaraci, Guaraqueçaba, Inajá, Itaguajé, Itambaracá, Itaperuçu, Jaboti, Japira, Jundiaí do Sul, Kaloré, Laranjal, Lidianópolis, Lunardelli, Mamborê, Marilena, Mato Rico, Morretes, Munhoz de Melo, Nossa Senhora das Graças, Nova Santa Bárbara, Nova Tebas, Palmital, Paranapoema, Paulo Frontin, Pérola d’Oeste, Pinhalão, Porecatu, Presidente Castelo Branco, Ramilândia, Rancho Alegre, Ribeirão do Pinhal, Rio Bom, Rio Branco do Ivaí, Rosário do Ivaí, Salto do Itararé, Salto do Lontra, Santa Amélia, Santa Cruz de Monte Castelo, Santa Isabel do Ivaí, Santa Mônica, Santana do Itararé, Santo Antônio do Caiuá, São Jerônimo da Serra, São João do Caiuá, São Jorge do Patrocínio, São José da Boa Vista, São José das Palmeiras, São Sebastião da Amoreira, Sapopema, Tomazina, Tuneiras do Oeste, Vera Cruz do Oeste e Xambrê.