Enquanto dedicamos este dia aos finados, talvez seja oportuno dirigir nossa atenção para os vivos e as perguntas cruciais que deveriam orientar nossas ações como seres humanos conscientes de nossa finitude.
Em pleno século XXI, somos testemunhas de um mundo que ainda é assombrado por guerras, uma manifestação que parece ultrapassada e bestial diante do nosso potencial como sociedade. Perguntamo-nos, em meio a avanços tecnológicos e científicos, por que persistem conflitos onde os mais jovens são enviados para matar ou morrer por causas que, em muitos casos, poderiam ser resolvidas com um simples exercício de bom senso.
Se não aprecio a religião de alguém, a solução é simples: não frequento. Se não aprecio a presença de alguém, a solução é evitar encontros desnecessários. Por que, então, nos deparamos com situações onde o respeito pela diferença e a tolerância são substituídos por confrontos e discórdias?
Num mundo em que a vida é efêmera, seria sábio nos questionarmos sobre o significado de nossas ações diárias. Cada ato, cada pensamento negativo que cultivamos, é uma perda de tempo precioso. É uma jornada curta que temos, e cada instante gasto em hostilidade é um desperdício de uma oportunidade única de viver plenamente.
Viver de maneira mais leve, amar mais, respeitar mais e perdoar mais, são atitudes que não apenas enriquecem nossas vidas, mas também contribuem para a construção de um mundo mais harmonioso. Em um dia dedicado à memória dos que se foram, talvez seja hora de olhar para os vivos e nos perguntar: como podemos fazer do tempo que nos resta algo verdadeiramente significativo?