O Governo do Estado começou a desenvolver uma estrutura de monitoramento mais resiliente a questões climáticas para a região costeira do Paraná. O projeto Monitora Litoral, coordenado pelo Simepar em parceria com o Instituto Água e Terra (IAT), prevê um novo conjunto de dispositivos que vai coletar múltiplas informações sobre as condições marítimas e atmosféricas da região, como variações nas correntes, marés e ondas.
São dados que têm diferentes aplicações, incluindo a resposta a eventos climáticos extremos, com a previsão de chuvas torrenciais com chance de alagamentos, ondas e ressacas.
Além disso, os aparelhos terão reflexo na avaliação da qualidade da água de rios e do mar. Serão instalados um novo radar, sete estações meteorológicas, sete estações hidrológicas, quatro marégrafos, dois sensores ADCP, que medem a velocidade de correntes na água, dois ondógrafos e uma boia oceanográfica. O investimento é de R$ 70 milhões.
Assim como o projeto Monitora Paraná, que vai ampliar a estrutura de monitoramento climático em diferentes pontos do Interior do Paraná, o Monitora Litoral conta com recursos oriundos da compensação do acidente ambiental da Petrobras em 2000 em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, liberados neste ano pela Justiça Federal. A implementação começa nos próximos meses e levará em torno de três a quatro anos para ser finalizada. IAT e Simepar são órgãos vinculados à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).
Já os outros equipamentos, como as 14 estações, serão instalados em locais ainda a definir dos sete municípios da região (Antonina, Morretes, Paranaguá, Pontal do Paraná, Guaraqueçaba, Matinhos e Guaratuba). Metade do conjunto é formada por estações hidrológicas telemétricas, capazes de medir precipitação e vazão, enquanto a outra metade refere-se a estações meteorológicas automáticas, que poderão medir precipitação, vento, temperatura, umidade, pressão atmosférica e radiação solar.
O pacote comtempla ainda aparelhos que quantificam condições específicas do mar. Eles incluem marégrafos, voltados para registrar variações no nível do mar, ondógrafos para monitorar a altura, direção e período das ondas, e sensores de corrente ADCP, que medem a velocidade das correntes marítimas em diferentes profundidades. Além disso, uma boia oceanográfica, equipada com sensores de ondas, temperatura, salinidade e correntes, será instalada em um ponto distante da costa para coletar dados em locais de difícil acesso.
Com uma estrutura de 120 estações meteorológicas telemétricas automáticas, três radares meteorológicos e cinco sensores de descargas meteorológicas, o Simepar é responsável por fornecer dados meteorológicos para órgãos como a Coordenadoria de Defesa Civil e a Sedest, de modo a facilitar ações de resposta a situações extremas. São monitoradas desde situações causadas por chuvas extremas, como enxurradas, deslizamentos e alagamentos, até situações como incêndios e secas.