Flaviane Hupalo de Jesus Pacheco, servidora efetiva do município de Guaratuba, e Rita Oro Costa, gerente de conta de pessoas físicas do Bradesco, são as principais suspeitas de aplicar golpes em servidores públicos da região. As duas foram presas preventivamente no final da manhã desta quarta-feira (4).
Flaviane Hupalo de Jesus Pacheco.
Rita Oro Costa.
A mãe de Flaviane, Sueli Hupalo de Jesus Pacheco, também é mencionada nas investigações. O caso tem gerado grande repercussão, especialmente devido ao prejuízo de 150 mil reais sofrido por uma das vítimas, uma professora aposentada do município.
A Rádio Litorânea tem acompanhado de perto cada avanço nas investigações conduzidas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, que, até o momento, já registraram mais de 13 boletins de ocorrência relacionados a golpes semelhantes. Uma das vítimas, um senhor de 78 anos, teve movimentações anormais em sua conta, com um prejuízo superior a 1 milhão de reais, acumulado ao longo de quatro anos. Essas movimentações estão sendo investigadas, e outras 14 transações ainda estão em análise, o que pode aumentar ainda mais o montante envolvido.
O Banco Bradesco, após a chegada de um novo gerente à agência, começou a investigar as ocorrências. Os primeiros empréstimos fraudulentos foram realizados em 2020, totalizando valores de 11.499,70 e 30.000,51 reais. De acordo com os extratos bancários, R$ 28.000,00 foram transferidos para uma conta em nome de Sueli Hupalo de Jesus, enquanto no mesmo dia foi registrado o saque de R$ 14.000,00. Ao longo dos anos seguintes, diversas transferências foram realizadas para a conta de Flaviane, sempre após a liberação de empréstimos.
Em março de 2024, uma das vítimas tomou um empréstimo de 28 mil reais e transferiu cerca de 23 mil para a conta de Flaviane. Em um dos boletins registrados em 5 de setembro de 2024, a vítima relatou que as duas mulheres se aproveitaram de sua confiança. Inicialmente, a vítima autorizou dois contratos — um de livre vontade e outro sob pressão da gerente Rita — somando R$ 101.250,00. Contudo, novos empréstimos foram feitos sem o consentimento da vítima. As investigações indicam que várias transações financeiras foram realizadas via Pix, direcionadas a Flaviane e Sueli.
Além dos prejuízos financeiros, uma das vítimas também revelou que sofreu pressões emocionais das suspeitas após perceber o golpe. Em meio à crescente pressão da comunidade e das vítimas sobre a Polícia e o banco, Flaviane, em um momento de crise, teria ameaçado tirar a própria vida, sendo agora vigiada 24 horas por sua segurança.
A Polícia Civil já instaurou um inquérito para apurar os fatos, enquanto o Ministério Público, em nota à nossa equipe, afirmou que “todas as denúncias foram recebidas e estão sendo analisadas. A Polícia Civil está conduzindo o caso e investigações mais profundas serão realizadas em breve.”
Flaviane Hupalo de Jesus Pacheco nega qualquer envolvimento em transações fraudulentas e afirma ter documentos que comprovam sua inocência. Ela também declarou que não tem conhecimento profundo de Rita Oro Costa, ressaltando que a gerente é apenas responsável por sua conta e pela conta de sua mãe.
Tentamos contato com Rita Oro Costa, mas não obtivemos retorno. O banco, por sua vez, informou que Rita está afastada por motivos de saúde.
O que realmente aconteceu por trás dessas movimentações bancárias? Flaviane e Rita estão sendo usadas como bodes expiatórios, ou há algo mais por trás dessas acusações? O envolvimento da mãe de Flaviane, Sueli, reforça a complexidade do caso. A investigação conseguirá rastrear todas as transações fraudulentas e trazer justiça para as vítimas? A comunidade de Guaratuba aguarda respostas concretas, a equipe da Radio Litorânea vai apresentar entrevistas exclusivas sobre o caso ao longo da semana.
Com o compartilhamento de informações: Portal da Cidade de Guaratuba