O ex-marido de Tânia Djanira Melo Becker de Lorena, preso em 2023, enfrentará julgamento pelo Tribunal do Júri de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, nesta quarta-feira (15). Ele é suspeito de ser coautor do crime que resultou na morte da filha de Tânia e teria como motivação a disputa pela guarda do neto dela.
Tânia estava foragida há 17 anos e foi detida pela Polícia Militar neste sábado (11) em Marilândia do Sul, no norte do Paraná, a cerca de 370 km de Quatro Barras, onde o crime ocorreu.
Como os acusados estavam foragidos, o processo ficou suspenso, conforme estabelece o Código de Processo Penal (artigo 366). Desde então, o Ministério Público do Paraná (MPPR) solicitou a prisão preventiva de ambos. No ano passado, o homem foi capturado em Apucarana e permanece sob custódia até o momento.
As ações penais contra os dois foram desmembradas, resultando em cada réu respondendo a um processo específico. O processo referente ao ex-marido seguirá julgamento em Campina Grande do Sul, comarca que abrangia também o município de Quatro Barras, onde ocorreu o crime.
Com a prisão de Tânia, o processo criminal contra ela terá continuidade. O MP solicitará o avanço da instrução processual para que a acusada também seja submetida a julgamento pelo Júri Popular. O MPPR buscará a utilização das provas já produzidas na ação penal contra o ex-marido da ré.
O caso remonta a 2007, quando Tânia teria estrangulado sua filha, Andréa Rosa de Lorena, de 23 anos, em uma tentativa de obter a guarda de seu neto, então com 5 anos de idade. O corpo de Andréa foi encontrado pelo marido, escondido debaixo de uma cama, no bairro Jardim Menino Deus. Na época, Tânia tinha 41 anos.
A prisão de Tânia ocorre dias após o programa “Linha Direta”, da Globo, expor o caso. O filho de Andréa, atualmente com 22 anos, revelou ter tido contato recente com a avó, que expressou desejo de “tê-lo de volta”. Durante a exposição do caso, Lucas também declarou ter pedido à avó que se entregasse à polícia.
Lorena Saldanha, irmã de Andréa, com 18 anos hoje, também compartilhou suas emoções sobre a tragédia, lamentando a ausência da mãe e a dificuldade de compreender o amor por alguém que nunca conheceu verdadeiramente.
Tânia foi denunciada por homicídio triplamente qualificado, e o julgamento representa um passo crucial no desfecho deste caso de grande comoção na região.
