Moradores da Ilha do Amparo participaram da 1ª Oficina de Gastronomia com Açaí Juçara, fruto semelhante ao açaí amazônico. O projeto é idealizado pela Portos do Paraná e executado pelo Instituto Juçara de Agroecologia, Cia Ambiental e Consórcio Itiberê.
O açaí juçara é produzido pela palmeira da espécie Euterpe edulis, nativa das áreas litorâneas de Mata Atlântica, principalmente no Sul e Sudeste do Brasil. A palmeira é mais conhecida pela produção do palmito juçara, cuja extração é proibida por lei devido ao risco de extinção. O “açaí” juçara é rico em antocianina, um antioxidante que dá à polpa a coloração mais escura de roxo, muito semelhante à do açaí amazônico e que, no corpo humano, combate os radicais livres, protegendo as células de todo o organismo.
“O objetivo é estimular uma nova fonte de renda para as comunidades locais, formadas em grande parte por pescadores, e conscientizar que uma floresta em pé pode sim gerar lucros e trazer soberania alimentar”, comentou o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana.
As atividades envolveram 30 pessoas, na última quinta-feira (31), entre moradores locais e comunidades vizinhas, que aprenderam a recriar bolos clássicos tendo como ingrediente o açaí juçara. Foram produzidos bolos de chocolate com cobertura de geleia da fruta, pães, sorvetes, sucos e molhos que acompanham porções de peixe e camarão.
Outra ação marcante nesta oficina foi a doação de uma despolpadeira para os moradores da Ilha do Amparo. “A despolpadeira é um equipamento fundamental para agilizar o processo de despolpa dos frutos e como teve muito interesse da comunidade em trabalhar com esse produto, nós a doamos visando potencializar a utilização dos frutos pelas comunidades”, explicou o coordenador de Comunicação, Educação e Sustentabilidade, Pedro Pisacco.
Nas aulas, os participantes aprenderam sobre boas práticas no manuseio do fruto, além do uso e da operacionalização da máquina de despolpa. De acordo com o vice-presidente do Instituto Juçara de Agroecologia, Serafim da Luz, a oficina foi um sucesso, impulsionada sobretudo pelo protagonismo e engajamento da comunidade.
“Foi inspirador constatar que muitos participantes já traziam experiências valiosas e um desejo latente de aproveitar melhor os frutos da palmeira juçara. Relataram tentativas anteriores pontuais, como despolpar os frutos em batedeiras e liquidificadores domésticos, e uso medicinal no combate à anemia em crianças”, comentou Serafim.
Cursos e oficinas da Portos do Paraná
Esta é a segunda oficina realizada com o fruto na Ilha do Amparo. A anterior ocorreu em 2024, e os alunos aprenderam sobre a coleta, higienização e despolpa da fruta. Essas ações fazem parte do Programa de Educação Ambiental (PEA) da Portos do Paraná. Desde 2019, a empresa pública já realizou dezenas de oficinas de capacitação e cursos profissionalizantes gratuitos para comunidades litorâneas do Paraná.