Polícia Civil conclui inquérito sobre deslizamento na BR-376, em Guaratuba

Cleomar Diesel
deslizamento de terra na BR-376, próximo à divisa entre Paraná e Santa Catarina — Foto: Adryel Pabst/Prefeitura de Garuva

A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) finalizou o inquérito referente ao deslizamento de terra ocorrido na BR-376, em Guaratuba, no litoral do estado. O documento, composto por 22 páginas, detalha os procedimentos adotados durante a investigação e foi obtido com exclusividade pela RPC.

Apesar da conclusão do inquérito, realizado pela Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), a polícia não atribui a responsabilidade pelo acidente, mas fornece informações sobre o número de depoimentos colhidos e os procedimentos executados.

O deslizamento ocorreu em 28 de novembro de 2022, resultando no atingimento de 14 pessoas e na trágica morte de duas delas. A rodovia permaneceu completamente interditada por 10 dias para operações de busca e limpeza, impactando o trânsito da região por meses.

No período seguinte ao acidente, surgiram indagações quanto à possível responsabilidade pelo ocorrido. Quatro horas antes do deslizamento de grande magnitude durante a noite, o mesmo trecho da rodovia havia sido fechado devido a um deslizamento menor.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) argumentou, na ocasião, que a decisão de fechar a rodovia era de responsabilidade da Arteris Litoral Sul (ALS), a concessionária encarregada da gestão da via. Após o acidente, a empresa afirmou que a região estava sob monitoramento e não apresentava riscos.

O inquérito em questão descreve, em detalhes, os procedimentos empregados na investigação. Contudo, não conclui acerca da responsabilidade pelo acidente, deixando essa análise a cargo do Ministério Público do Paraná (MP-PR).

No curso do inquérito, a PC-PR revela ter ouvido os depoimentos de 22 policiais rodoviários federais, todos envolvidos na operação do dia do deslizamento. Ademais, seis funcionários da concessionária Arteris Litoral Sul prestaram depoimentos, incluindo o supervisor de tráfego, o inspetor de tráfego, o inspetor de fiscalização e o coordenador do centro de controle.

Além dos depoimentos de profissionais envolvidos, 12 pessoas foram ouvidas, incluindo parentes das vítimas e motoristas que transitavam pela área afetada.

A conclusão do inquérito marca mais um passo na busca pela compreensão completa dos eventos que resultaram no deslizamento e nas trágicas consequências que se seguiram. O Ministério Público do Paraná seguirá com os trabalhos para determinar eventual responsabilidade sobre o acidente e suas ramificações.

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