Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM), apoiado pelo Programa de Pesquisa Universal da Fundação Araucária, está estudando o uso do artepillin C, um composto natural encontrado na própolis brasileira, no tratamento de câncer de mama. O artepillin C já demonstrou atividade anticâncer em outros estudos, incluindo em células de câncer de próstata, fígado, pulmão, renal e leucemia, apresentando resultados promissores.
Coordenado pela professora Vânia Ramos Sela da Silva, do Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina da UEM, o projeto utiliza um modelo de cultura de células 3D, considerado mais representativo do comportamento dos tumores no organismo. Segundo a professora, embora o artepillin C tenha demonstrado propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, há poucos estudos sobre seus efeitos no câncer de mama.
“Nosso estudo tem mostrado atividade anticâncer do artepillin C em células de câncer de mama, mas os resultados são preliminares. Estudos clínicos serão necessários para comprovar sua eficácia no tratamento”, explica Vânia.
Substâncias naturais, como o artepillin C, são utilizadas como agentes quimioterápicos ou adjuvantes para melhorar os resultados da quimioterapia e radioterapia, reduzindo seus efeitos colaterais. A busca por novas terapias é essencial, pois o câncer de mama, o tipo mais comum entre as mulheres em todo o mundo, ainda enfrenta limitações nos tratamentos disponíveis.
A Fundação Araucária, que já apoiou 78 projetos relacionados ao câncer, tem aumentado significativamente seus investimentos. Em 2021, R$ 8 milhões foram destinados ao Programa Institucional de Pesquisa Universal, e em 2024, o valor subiu para R$ 30 milhões, contribuindo para o avanço da ciência e da tecnologia no Paraná.
Segundo Fátima Padoan, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Araucária, “esse investimento é crucial para que as instituições paranaenses continuem a gerar conhecimento e inovação, promovendo benefícios diretos para a população”.