Uma pesquisa conduzida pelo Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (REBIMAR) revelou resultados preocupantes sobre os níveis de poluição por microplásticos no Litoral do Paraná. Através de uma abordagem inovadora, o programa atuou em três frentes para avaliar a extensão desse problema ambiental.
A pesquisa, liderada pela oceanógrafa Fernanda Eria Possatto, vice-coordenadora do estudo, foi realizada no Complexo Estuarino de Paranaguá, abrangendo áreas que vão desde a Baía de Antonina até as Baías de Paranaguá, das Laranjeiras e de Guaraqueçaba.
Os resultados obtidos foram alarmantes, pois revelaram a presença de microplásticos tanto em regiões próximas à cidade de Paranaguá como em áreas de preservação ambiental, como Guaraqueçaba. A maior parte dos resíduos foi encontrada na superfície da água, o que indica que sua dispersão pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo variações de marés e a dinâmica das correntes marítimas.
A presença de microplásticos nos ecossistemas marinhos é uma preocupação global devido aos seus impactos negativos na vida marinha e na saúde humana. Essas partículas, provenientes de diversos produtos plásticos, podem ser ingeridas por organismos marinhos, entrando na cadeia alimentar e causando danos irreparáveis à biodiversidade.
Fernanda Eria Possatto destaca a importância de medidas urgentes para enfrentar essa problemática: “Os resultados da pesquisa mostram que os níveis de poluição por microplásticos no Litoral do Paraná estão além do que esperávamos. É fundamental adotar estratégias efetivas para reduzir o uso de plásticos descartáveis e promover a reciclagem. Além disso, é necessário investir em campanhas de conscientização e aprimorar a gestão de resíduos, a fim de preservar a saúde dos ecossistemas marinhos”.
O Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (REBIMAR) pretende utilizar os resultados da pesquisa como base para a implementação de ações concretas visando a redução da poluição por microplásticos no litoral paranaense. O engajamento de governos, comunidades locais, indústrias e da sociedade em geral é fundamental para reverter essa tendência preocupante e preservar a rica biodiversidade marinha do Paraná.