O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) está muito próximo de concluir a Pesquisa por Amostra de Domicílios do Paraná (PAD-PR). O levantamento, que vai traçar o perfil socioeconômico detalhado dos paranaenses, chegou a 93% da meta de entrevistas com a população, com novas abordagens sendo realizadas em 81 municípios ao longo desta semana.
Até o momento, os pesquisadores contratados pelo Ipardes já finalizaram os ciclos de entrevistas com moradores de 280 municípios paranaenses, obtendo dados detalhados sobre moradia, emprego, renda, escolaridade, alimentação e hábitos das famílias. A meta prevista no PAD-PR é de uma cobertura de 60 mil domicílios, distribuídos em 361 cidades do Estado.
Iniciado em março, o trabalho de campo será concluído em agosto. Os primeiros resultados devem ser apresentados pelo Ipardes ainda em 2025, por meio de um painel interativo no site do órgão estadual, por meio do qual será possível consultar os dados em formato de gráficos, tabelas e relatórios estatísticos.
Maior pesquisa domiciliar já executada por um governo estadual no Brasil, a PAD-PR trabalha com uma amostragem três vezes superior à da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), que é coordenada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso porque o levantamento nacional se limita à visitas em 20 mil domicílios paranaenses, contra as 60 mil entrevistas da atual pesquisa estadual.
De acordo com o presidente do Ipardes, Jorge Callado, a PAD-PR tem como objetivo levantar informações sociais e econômicas que servirão de base para orientar ações do próprio Estado. “Estes dados relacionados às áreas de moradia, educação, emprego, renda e segurança alimentar são de vital importância para o monitoramento das políticas públicas vigentes e a formulação de novas”, explicou.
A iniciativa conta com financiamento do Fundo Paraná, administrado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), que destina 2% da arrecadação tributária estadual para projetos científicos e tecnológico. As entrevistas têm duração média de 10 a 15 minutos e são feitas por agentes identificados com crachá com foto, coletes do Ipardes e folhetos informativos. As informações fornecidas são protegidas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGDP) e utilizadas exclusivamente para fins estatísticos.
MAPEAMENTO DA SEGURANÇA – A PAD-PR não é a única pesquisa em andamento pelo Governo do Estado. A Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) iniciou na última semana uma série de entrevistas em 12 mil domicílios de 87 municípios paranaenses com o intuito de compreender a percepção da população sobre a segurança pública.
O objetivo do trabalho, que deve durar quatro meses, é captar informações que não aparecem nos registros oficiais de ocorrências policiais, especialmente aqueles que acabam subnotificados, mas cujos indicadores são consideradas fundamentais para o planejamento de políticas públicas de segurança.
O questionário inclui 180 perguntas que abordam aspectos do cotidiano, como presença de policiais nos bairros, iluminação pública e circulação de pessoas em determinados horários, por exemplo. Os entrevistadores estão uniformizados com coletes da Sesp e crachás com QR code que permitem a autenticação da identidade.
De acordo com o chefe do Centro de Análise, Planejamento e Estatística da Sesp, major Cláudio Todisco, a iniciativa marca um avanço importante na compreensão da realidade da segurança pública no Paraná. “Os dados levantados vão subsidiar a formulação de políticas públicas específicas para diferentes localidades de acordo com as características de cada região”, afirmou.