Perseguição Política na Câmara: vereadora chora em sessão e acusa vice-Prefeita de retaliação contra seu filho

Bia Borges
Foto: Reprodução

A sessão da Câmara Municipal de Guaratuba, realizada nesta segunda-feira (21), foi marcada por tensão, emoção e denúncias graves envolvendo perseguição política. O episódio que abalou a Casa Legislativa teve como protagonista a vereadora Maria do Neno, que não conteve as lágrimas ao relatar, em plenário, que seu filho foi demitido da empresa terceirizada pela Prefeitura por pura retaliação política.


Vilson, que há seis anos trabalhava como motorista da linha especial para crianças com necessidades específicas, teria sido desligado do cargo sem aviso prévio, justificativa formal ou equipe de transição. O motivo, segundo a vereadora, seria sua atuação como voz de oposição dentro da Câmara.


“Meu filho foi mandado embora simplesmente porque eu levantei a voz aqui dentro. Ele criou um vínculo com as crianças, e agora muitas mães relatam que os filhos não querem mais ir para a escola, pois não veem mais o ‘Tio Vilson’”, desabafou Maria do Neno, visivelmente abalada.


A parlamentar foi enfática em apontar os responsáveis, Evani Justus, vice-prefeita e atual secretária de Educação; Itamar Junior, secretário de Habitação; e o prefeito “de fato”, como ela mesma destacou, Jean Colbert. Para a população o verdadeiro gestor da cidade não é o prefeito eleito, Mauricio Lense, mas sim figuras que atuam nos bastidores manipulando decisões administrativas com cunho político.


As acusações se intensificam ao lembrar que a vice-prefeita já esteve envolvida em diversas polêmicas e chegou a ser acusada de abuso de poder, por servidores públicos. Agora, seu nome volta ao centro da discórdia, envolvido em mais uma denúncia grave, desta vez, envolvendo possível perseguição e abuso de poder.
A situação gerou revolta não só entre os vereadores, mas também na população, especialmente nas redes sociais, onde mães relatam a angústia das crianças com o afastamento de Vilson.


Outro ponto que gerou estranheza foi o silêncio do vereador Ricardinho da Garagem, pai de uma criança autista e diretamente afetado pela mudança na linha especial. Sua ausência de manifestação levantou questionamentos entre os presentes. Seria medo? Pressão? Ou simplesmente omissão?


A perseguição política é crime tipificado pela Lei nº 14.132/2021, e pode ser configurada tanto em ambiente físico quanto digital. Além disso, a violência política de gênero, que atinge principalmente mulheres em cargos públicos, também é considerada crime em todo o Brasil.


Agora, com os fatos lançados em praça pública, a população aguarda um posicionamento do Ministério Público, que deve apurar com rigor os indícios de perseguição política e violação de direitos. O silêncio das autoridades e a omissão de outros parlamentares podem representar uma ameaça à democracia e ao respeito institucional que a cidade de Guaratuba merece.

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