Paraná se prepara para possível retorno de cassinos físicos após mais de 80 anos

Cleomar Diesel
Hotel Yara em Morretes (atualmente restaurante e hotel Nhundiaquara),

Após mais de oito décadas desde o seu fechamento, os cassinos físicos podem retornar ao estado do Paraná. Com uma história rica durante a era de ouro dos cassinos no Brasil nas décadas de 1930 e 1940, o estado viu o florescimento de estabelecimentos renomados como o Cassino do Ahú em Curitiba, o Hotel Yara em Morretes (atualmente restaurante e hotel Nhundiaquara), e o Hotel Cassino Iguaçu em Foz do Iguaçu.

A notícia surge após o senador Irajá (PSD-TO), relator de um projeto de lei na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), dar parecer favorável à sua aprovação. O projeto, que legaliza cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas em corridas de cavalos, foi aprovado por 14 votos a 12.

O projeto estabelece que os cassinos poderão ser abertos em polos turísticos ou complexos integrados de lazer, limitando um cassino por estado e no Distrito Federal, com exceção de São Paulo (até três) e Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará (até dois). Além disso, prevê a autorização de casas de apostas em embarcações marítimas e fluviais, com capital social mínimo de R$ 100 milhões para credenciamento de até 30 anos. As casas de bingo terão permissão para operar uma por cidade, com autorizações de 25 anos, e entidades turísticas credenciadas poderão explorar corridas de cavalos e jogos de bingo e video bingo.

Embora o projeto ainda passe por ajustes e emendas antes de sua versão final, a possível volta dos cassinos físicos é vista como uma oportunidade significativa para o desenvolvimento econômico e turístico do Paraná. Especialmente em cidades como Foz do Iguaçu, que já recebe cerca de 2 milhões de visitantes anualmente, a reintrodução de jogos como poker, blackjack, roleta e slots pode atrair ainda mais turistas, incluindo personalidades renomadas.

A regulamentação da indústria de jogos de azar no Brasil é projetada para gerar uma arrecadação anual significativa, estimada entre R$ 6 bilhões e R$ 12 bilhões, além de criar empregos diretos e indiretos. A medida também visa aumentar a captação de recursos para investimentos públicos, potencialmente impulsionando o PIB regional.

Apesar dos benefícios econômicos esperados, a legalização dos jogos de azar enfrenta desafios éticos e sociais, como o risco de lavagem de dinheiro e o aumento dos problemas relacionados ao vício em jogos. É essencial que as autoridades estabeleçam regulamentações rigorosas para garantir o jogo responsável e proteger a população de potenciais impactos negativos.

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