Paraná registra queda de 35,6% nos crimes ambientais contra a flora no 1º semestre

Fernando Carrer
Fonte: AEN

O Instituto Água e Terra (IAT), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), confirmou nesta quinta-feira (17), Dia de Proteção às Florestas, a queda de 35,6% na ocorrência de crimes ambientais contra a flora no primeiro semestre de 2025 no Paraná. Foram emitidos, entre janeiro e junho, 1.763 Autos de Infração Ambiental (AIA) ante 2.737 ocorrências registradas no mesmo período do ano passado. Redução que se refletiu também no valor total das advertências, que passaram, no recorte de seis meses, de R$ 69,3 milhões em 2024 para R$ 46,07 milhões neste ano (-33,6%).

Entre as infrações verificadas no período estão o desmatamento ilegal do bioma, a movimentação do solo de maneira irregular em áreas de regeneração natural, o transporte de madeiras sem procedência legal e o funcionamento de madereiras clandestinas.

“Celebramos, neste Dia de Proteção às Florestas, os frutos de uma política ambiental firme e eficaz. O Paraná registra expressiva queda nos crimes contra a flora, com menos desmatamento, menos infrações e mais respeito à Mãe Natureza. É o zelo ambiental em ação, com tecnologia, fiscalização e amor às nossas matas”, destaca o secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca.

Gerente de Monitoramento e Fiscalização do IAT, Álvaro Cesar de Goes condiciona a redução dos números à intensificação da fiscalização em todo o Paraná. “Em 2021, nós tivemos uma área desmatada de praticamente 7 mil hectares e agora, em 2025, no primeiro semestre, não devemos ter passado de 325 hectares. Ou seja, redução tanto do número de alertas quanto da área desmatada no Estado. Isso é fruto da política ambiental implementada a partir de 2019, de rigor na fiscalização e na repressão, fazendo da tecnologia uma grande aliada”, afirma. 

“Os infratores perceberam que tem punição e estão mais receosos, o que é ótimo para o meio ambiente, para as nossas florestas”, completa o gerente.

O valor recolhido pelo Estado com as infrações é repassado integralmente ao Fundo Estadual do Meio Ambiente. A reserva financeira tem como finalidade financiar planos, programas ou projetos que objetivem o controle, a preservação, a conservação e a recuperação do meio ambiente, conforme a Lei Estadual 12.945/2000.

REGIONALIZAÇÃO – Os dados do IAT revelam ainda que as regionais de Francisco Beltrão (272), Curitiba (245), Guarapuava (186), Ponta Grossa (144), Litoral (126), Irati (122) e Pato Branco (101) foram as que mais aplicaram advertências no primeiro semestre.

Do outro lado do ranking, entre os que menos emitiram multas, estão os núcleos das regiões de Cianorte (16), Maringá (21), Paranavaí (25), Foz do Iguaçu (26) e Cornélio Procópio (26). “Hoje identificamos o desmatamento ilegal por meio de satélite e constatamos o dano ambiental que foi praticado com maior rapidez. Utilizamos helicópteros, drones, além de organizamos forças-tarefas de combate ao crime. Tudo isso tem um pacto muito siginificativo”, ressalta Goes.

É justamente o rigor no serviço de fiscalização, reforçou ele, um dos pilares da redução do desflorestamento e de outros crimes ambientais no Estado, como a pesca predatória e a ocupação irregular do solo.

Por meio da vigilância, o Paraná conseguiu reduzir em 64,9% a supresão ilegal da Mata Atlântica ao longo do ao passado. A área desmatada no Estado passou de 1.230 hectares em 2023 para 432 hectares em 2024, segundo levantamento da Plataforma MapBiomas, uma iniciativa do Observatório do Clima.

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