Nos últimos dias, a região de Terra Roxa, localizada no Oeste do Paraná, tem sido cenário de crescentes tensões entre indígenas da etnia Avá-Guarani e agricultores locais. Estes conflitos, que culminaram em ocupações de terras e confrontos físicos, ressurgem um dilema complexo sobre como conciliar direitos ancestrais com a segurança jurídica da propriedade privada.
A história desse embate remonta a 2018, quando os Cartórios do Oeste do Paraná foram alvo de ações judiciais por dificultarem o registro civil de indígenas na região. Em Guaíra e Terra Roxa, especificamente, dois cartórios foram acusados de recusar o registro de índios que não falavam português. O Ministério Público Federal obteve decisão liminar favorável contra esses cartórios, em uma tentativa de garantir o direito de documentação básica aos indígenas.
Na época, os cartórios alegaram que ativistas indigenistas estavam facilitando o registro de pessoas do Paraguai como índios brasileiros, aumentando assim o número de indígenas na região, possivelmente para obter áreas de terra para criação de reservas.
Recentemente, aproximadamente 30 indígenas invadiram uma área ocupada por produtores rurais em Guaíra, próxima à fronteira com o Paraguai, intensificando ainda mais o conflito. O aumento da tensão levou a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná a anunciar um reforço significativo no policiamento da região. Para abordar a situação delicada, uma reunião ampliada está marcada para esta quarta-feira (17), envolvendo órgãos como Funai, Incra, Polícia Federal e Ministério Público.