Nesta manhã de quarta-feira (29), uma operação conjunta realizada no município de Paranaguá (PR) resultou na destruição de construções irregulares localizadas em mangues, área considerada de preservação permanente. Essa ação representa a quarta etapa da Ação Integrada de Fiscalização Ambiental (AIFA), conduzida pelo Grupo de Trabalho (GT), envolvendo Ibama, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Prefeitura de Paranaguá.
A primeira fase dessa iniciativa ocorreu em setembro deste ano, e desde então, tem sido realizada uma série de ações para coibir ocupações ilegais em áreas de mangues. A operação de hoje contou com a presença de diferentes órgãos, unindo esforços para preservar o meio ambiente e combater atividades ilegais na região.
A AIFA foi resultado de uma recomendação administrativa emitida pelo Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público Estadual (MPE) à prefeitura de Paranaguá, em junho deste ano. Essa recomendação visava a demolição imediata de construções não ocupadas dentro da área de invasão, além do desligamento e retirada de ligações de energia e água irregulares.
O Complexo Estuarino-Lagunar de Iguape-Cananéia e Paranaguá é considerado uma das reservas de mangues mais importantes do país. Estudos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) alertam para a ameaça iminente de destruição desses manguezais se as ocupações não forem contidas.
Os Ministérios Públicos ressaltam a importância de ações regulares e constantes para coibir ocupações nos mangues, não apenas para destruir construções irregulares, mas também para impedir a proliferação de novas. A operação busca não só resguardar o meio ambiente, mas também combater atividades criminosas, como o tráfico de drogas, que se beneficiam da ausência do Estado na região.
O grupo de trabalho AIFA foi criado com o objetivo de realizar ações fiscalizatórias periódicas na área de mangues de domínio da União em Paranaguá. Esse grupo é composto por representantes do MPF, MPPR, Ibama, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Prefeitura de Paranaguá.
A sequência de ações teve início em setembro, com demolições na Ilha dos Valadares, seguida pela Vila Guaratuba em outubro. As fases terceira e quarta ocorreram na área conhecida como Flor do Caribe, exigindo duas etapas devido à sua grande extensão. Notavelmente, a característica única da Flor do Caribe é que as construções são de veraneio, pertencentes a indivíduos de alto poder aquisitivo.