ONU alerta que grande retirada de areia do oceano está ‘esterilizando’ o fundo do mar

A areia é o recurso natural mais explorado no mundo depois da água, mas sua extração para utilização em setores como de construção é apenas vagamente gerida

Redação Litorânea
Foto: Engenharia 360

Há alguns meses a ONU (Organização das Nações Unidas) emitiu um alerta sobre a retirada de areia do fundo do mar e os impactos que isso pode vir a causar para a fauna e a flora marinha. A situação, infelizmente, não mudou e a tendência é que, se algo não for feito para minimizar ou controlar tal prática, as consequências podem vir a ser cruciais para a humanidade.

No comunicado, a agência para o meio ambiente da Organização das Nações Unidas (ONU) relatou que cerca de 6 bilhões de toneladas de areia são escavadas todos os anos do fundo do mar, em uma prática, crescente e insustentável, que pode causar a destruição irreversível da vida marinha.

A areia é o recurso natural mais explorado no mundo depois da água, mas sua extração para utilização em setores como de construção é apenas vagamente gerida, o que levou a ONU a aprovar uma resolução em 2022, para promover uma mineração mais sustentável.

As conclusões do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) coincidem com o lançamento de uma nova plataforma, a Marine Sand Watch, apoiada por financiamento do governo suíço, que monitora as atividades de dragagem usando rastreamento marinho e inteligência artificial.

“A quantidade de areia que estamos retirando do ambiente é considerável e tem um grande impacto”, disse Pascal Peduzzi, do Pnuma, em entrevista coletiva em Genebra, há alguns meses. Apontando para a imagem de um navio que descreveu como um “aspirador de pó gigante”, Peduzzi disse que tais embarcações estavam “basicamente esterilizando o fundo do mar, extraindo areia e triturando todos os microorganismos que alimentam os peixes”.

Em alguns casos, as empresas removem toda a areia até o leito rochoso, o que significa que “a vida pode nunca mais se recuperar”, acrescentou Peduzzi. Embora globalmente os 6 bilhões de toneladas extraídos sejam inferiores à areia depositada anualmente pelos rios globais, em algumas áreas a remoção está ultrapassando as taxas de reposição, conforme a agência Reuters.

O Mar do Sul e o Mar do Norte da China e a Costa Leste dos Estados Unidos estão entre as áreas onde mais ocorreu dragagem, disse Arnaud Vander Velpen, pesquisador da indústria de areia na Universidade de Genebra.

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