A solução, anteriormente referida por Real Digital, propiciará um ambiente seguro e regulado para a geração de novos negócios e o acesso mais democrático aos benefícios da digitalização da economia a cidadãos e empreendedores.
- O que é o Drex e como ele impactará o dia a dia dos brasileiros?
O Drex é uma nova representação do real, o dinheiro do nosso dia a dia. Essa nova representação será feita em uma plataforma com tecnologias que permitem a prestação de serviços financeiros de forma eficiente e democrática.
Assim, o potencial para afetar o cotidiano do brasileiro é muito grande, da mesma forma que o Pix democratizou o acesso a serviços de pagamentos, o Drex está sendo desenvolvido para democratizar o acesso a serviços financeiros, como crédito, investimento e seguros.
“O Drex vai trazer mais rapidez, praticidade e menor custo para várias transações contratuais e financeiras que fazemos hoje”, explica Maurício Moura, diretor de relacionamento, cidadania e supervisão de conduta do Banco Central.
- Como vai funcionar uma transação com o Drex?
Citando a compra e venda de um carro, por exemplo, muitas vezes há um receio do vendedor de passar a propriedade do veículo sem receber o dinheiro antes e de o comprador pagar antes de ter a propriedade.
“Com a função de programabilidade do Drex não importa quem vai fazer o primeiro movimento, pois o contrato só será concluído quando as duas coisas acontecerem. Assim, dinheiro e a propriedade serão transferidos de forma simultânea. Se uma das partes falhar, o montante pago e o carro voltam para seus respectivos donos”, exemplifica o diretor.
“O Drex vai trazer mais rapidez, praticidade e menor custo para várias transações contratuais e financeiras que fazemos hoje”, completa Maurício. O Drex também poderá ser usado na compra de imóveis. Além disso, no futuro, poderão ser pagos benefícios sociais com a moeda digital.
- O que são smart contracts e como o Drex vai viabilizá-los?
Tecnologias de registros distribuídos (DLT, do inglês Distributed Ledger Tecnology), similares à blockchain, permitem a automação de transações financeiras empregando smart contracts, que nada mais são do que programas que rodam de forma segura em redes DLT.
A atual fase de testes do Drex está sendo desenvolvida em Hyperledger Besu, que é uma DLT que incorpora smart contracts. Assim, a programabilidade através de smart contracts é uma parte fundamental da plataforma do Drex.
- Por que o Banco Central esperou para anunciar o nome novo e não anunciou junto com o Piloto RD, lançado antes?
Desde o início das discussões referentes à moeda digital de banco central brasileira, agora denominada Drex, a Diretoria do BC considerou importante dar um nome específico à iniciativa de modo a simplificar a comunicação – assim como ocorreu na maior parte dos países.
O processo de desenvolvimento da marca Drex se iniciou em 2022, quando os principais aspectos do modelo da CBDC brasileira já haviam se tornado mais claros. O intuito desse desenvolvimento foi o de padronizar a comunicação a respeito da iniciativa da moeda digital de banco central brasileira, permitindo que toda a comunicação se concentrasse no uso de uma única marca.
Essa padronização evita a necessidade de se empregar na comunicação com o público em geral termos técnicos – como real digital, real tokenizado, plataforma de liquidações inteligentes ou smart contracts – comumente usados na comunicação técnica da iniciativa, mas que dificultam a compreensão para a maior parte da população.
- Sempre existiu a intenção de nomear o projeto de CBDC brasileiro? Ele teve como exemplo o Pix?
O processo de ideação da marca Drex seguiu os moldes do desenvolvimento da marca Pix. Segundo o diretor Maurício, uma boa marca “ajuda no reconhecimento e na familiaridade com o produto”.
Na marca Drex, por fim desenvolvida pelo BC, a combinação de letras forma uma palavra com sonoridade forte e moderna: “d” e “r” fazem alusão ao Real Digital; o “e” vem de eletrônico e o “x” passa a ideia de modernidade e de conexão, do uso de tecnologia de registro distribuído (Distributed Ledger Tecnology – DLT), tecnologia adotada para o Drex, dando continuidade à família de soluções do BC iniciada com o Pix.
Além disso, o conceito visual do Drex, que se encaixa no contexto da agenda de modernização tocada pelo Banco Central, a Agenda BC#, tem como premissa a utilização de tipografia e elementos gráficos que remetem ao universo digital.
Fazendo alusão a uma transação, as duas setas que se incluem no “d” têm relação com a evolução do Real para o ambiente digital, reforçando o atributo da agilidade, e o uso das cores, numa transição de azul para verde claro, passa a mensagem de “transação concluída”.
- O Drex deve se tornar popularizado como o Pix, por exemplo?
O Pix é um sucesso incontestável e difícil de igualar, mas o BC pretende usar as lições aprendidas com o Pix para fazer do Drex uma plataforma muito popular que possa ser parte do cotidiano das pessoas.
“Desde o seu lançamento, o Pix logo foi incorporado como palavra corrente no dia a dia. Hoje todos falamos ‘fazer um Pix’. Em breve, também falaremos ‘usar um Drex'”, prevê o diretor.
- O BC vai adotar Drex para toda sua comunicação a partir de agora?
Sim. Drex é o nome oficial da moeda digital brasileira e será adotado em toda a comunicação do Banco Central referente a ele.
- O Drex terá custo ao usuário? Como será feita essa cobrança?
Eventual custo associado ao Drex estará relacionado ao serviço financeiro que for prestado pela instituição ofertante. Caberá à instituição definir o custo para o serviço ofertado, seguindo a regulação e considerando o ambiente competitivo, podendo mesmo ser gratuito ou significativamente inferior ao custo de serviço similar anterior à adoção do Drex.