Nesta semana, prefeitos de municípios paranaenses se uniram em uma manifestação contundente denominada “Sem Repasse Justo, Não Dá!” para chamar a atenção para a grave crise financeira enfrentada pelas administrações municipais no estado. A mobilização ocorreu em meio às crescentes adversidades financeiras que vêm afetando as cidades do Paraná devido à queda nos repasses e às dificuldades econômicas.
Dados recentes da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) revelam que mais da metade dos municípios paranaenses fecharam o primeiro semestre de 2023 com suas contas no vermelho. Conforme informações contábeis fornecidas pelas 272 prefeituras do estado, 142 municípios encerraram o primeiro semestre com déficit, o que representa uma preocupante parcela de 52%.
Comparado ao mesmo período do ano anterior, quando apenas 18 municípios enfrentavam situações semelhantes, este aumento dramático reflete a profundidade da crise financeira que atinge as cidades do Paraná. Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), a cada R$ 100 arrecadados nos pequenos municípios do estado, impressionantes R$ 96 são direcionados para pagamento de pessoal e custeio da máquina pública.
Além disso, a CNM relata que os gestores municipais do Paraná enfrentam um represamento de mais de R$ 79 milhões em procedimentos ambulatoriais e 494 mil procedimentos hospitalares durante a pandemia, sendo necessário um montante de quase R$ 2 bilhões para equilibrar essa demanda crescente.
Outras estatísticas alarmantes incluem o registro de 200 programas federais com defasagens que chegam a 100%, 106 obras paralisadas e abandonadas por falta de recursos da União, e obras concluídas com mais de R$ 623,6 milhões em recursos próprios dos municípios sem repasses do governo federal.
A manifestação dos prefeitos busca sensibilizar as autoridades estaduais e federais sobre a urgente necessidade de apoio financeiro para as administrações municipais, a fim de garantir serviços essenciais à população e a recuperação econômica das cidades do Paraná. A crise financeira enfrentada pelos municípios se tornou um problema premente, e os gestores esperam que suas vozes sejam ouvidas e que ações concretas sejam tomadas para superar esses desafios crescentes.