O Consórcio Supervisor da Ponte de Guaratuba anunciou a identificação de mais de 100 espécies de aves durante seu monitoramento na região do Litoral. Entre as espécies encontradas estão tucanos-do-bico-verde, corujas-buraqueiras, tiês-sangue, aracuãs-escamosos, garças brancas grandes, fragatas, socós-dorminhocos e guarás.
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Além do levantamento das aves, o consórcio também está monitorando a ictiofauna local, que inclui diversas espécies de peixes, como parte de um esforço para avaliar o equilíbrio e os impactos ambientais da construção da Ponte de Guaratuba e suas adjacências.
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O trabalho de monitoramento é realizado a cada três meses e abrange seis pontos estratégicos em Guaratuba e Matinhos, abrangendo desde a área da ponte até o Parque Nacional Saint Hilaire Lange. Esta ação é uma exigência da Licença de Instalação (LI), emitida em maio deste ano, e tem sido conduzida desde 2021, durante as fases de elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA).
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Segundo a bióloga Aline Prado, do Consórcio Supervisor da Ponte de Guaratuba (CSPG), “ao analisar a composição, riqueza e abundância de espécies na região, podemos determinar o nível de conservação do local. Isso é fundamental para desenvolver estratégias de mitigação caso o monitoramento identifique alterações significativas”.
As aves desempenham papéis essenciais no ecossistema, como dispersão de sementes, polinização, controle populacional de presas e limpeza do ambiente. No caso dos peixes, além de serem fundamentais para a teia alimentar e ciclagem de nutrientes, são também importantes economicamente como fonte de proteína e para as atividades tradicionais de pesca, mantendo a segurança alimentar e sustentando práticas culturais locais como a pesca esportiva e o ecoturismo.
Os dados coletados nas campanhas de monitoramento são comparados ao longo do tempo para identificar tendências populacionais e possíveis impactos ambientais causados pelas obras da ponte. Até o momento, não foram observadas alterações significativas na população de aves, indicando um estado de conservação satisfatório na região.
Metodologias de coleta de dados
Para a coleta de dados sobre aves, os técnicos utilizam observação visual, escuta de cantos e redes de neblina, que permitem a captura temporária e identificação das espécies. Já para a ictiofauna, são empregadas metodologias como redes de espera e de arrasto, além de peneiras e puçás, que são armadilhas manuais utilizadas na pesca artesanal local.
As espécies de peixes mais registradas incluem pescadas, corvinas, caratingas, baiacus, manjuba, carapeba, baiacu, parati, bagre-urutu, linguado, robalo-peva e sardinha-cascuda, refletindo a diversidade e importância socioambiental dos recursos pesqueiros na região.
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O monitoramento contínuo das aves e peixes não apenas fornece informações valiosas sobre o ambiente local, mas também ajuda na gestão ambiental responsável e na preservação dos recursos naturais para as gerações futuras.
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