Menina de 5 anos teria sido agredida dentro de escola; polícia investiga

Redação Litorânea

Há um ditado antigo que diz que criança não mente. Foi pensando assim que um casal descobriu que a filha, de cinco anos, tinha sido agredida dentro de uma escola* do bairro Boqueirão, em Curitiba. A menina contou aos pais naturalmente. E a Polícia Civil está investigando o crime.

O pai relatou que a situação demorou a ser percebida por ele e pela esposa, porque a escola dizia que a criança tinha problemas de relacionamento. 

“Nesse ano, ela entrou numa turma do infantil 5 e começaram reclamações das professoras em relação à ela, dizendo que ela se agredia, que tinha crises de choro recorrentes. Não tinha essas crises e começou a ter em casa”. 

Acreditando que fosse algo da idade, os pais perceberam que a situação foi piorando. Um tempo depois, a escola mandou uma foto de uma crise da menina e pediu que incluíssem a garotinha num tratamento psicológico. 

“Fizemos [o tratamento] e a psicóloga atestou para a gente que não tinha problema nenhum, que todas as reações que ela tinha nas consultas eram normais de uma criança de cinco anos”.

Segundo o pai, depois da psicóloga, a escola disse que a situação tinha melhorado. “Passou um ou dois meses, a escola começou a falar que ela teve uma crise de choro, e ela começou a não querer mais ir para a escola”. 

Mais uma vez, a família acreditou que pudesse ser pelo horário e pela rotina, já que a menina levantava cedo, ficava longe dos pais o dia todo. “Desconfiamos de tudo, menos da escola”. 

Agressão descoberta

Depois de algumas semanas perguntando, os pais sempre recebiam a resposta de que estava tudo bem. Até que numa sexta-feira receberam uma foto da menina machucada. A escola disse que ela tinha se agredido, mas eles desconfiaram.

“Quando minha esposa colocou ela no carro, tirou uma foto dela dormindo, ela tinha uma marca de unha no nariz, um hematoma no olho e uma pancada na testa. Ela voltou à escola e disse que a filha não tinha feito isso”. 

Enquanto a menina estava em casa, assistindo TV e comendo, a mãe fez um vídeo. Filmando, a mãe perguntou o que havia acontecido e a menina contou.

“A tia empurrou eu e eu segurei na cadeira, bem assim. A professora empurrou de novo, daí eu caí de cabeça bem assim. Aí ela bateu na minha cara. Machucou e ficou roxinho”. disse a menina à mãe

A partir desse momento, o casal entendeu o motivo de a criança apresentar um comportamento diferente e não ter vontade de ir para a escola. Ao procurar a direção, os pais receberam a informação de que nada disso teria acontecido.

“A escola disse que tinha um vídeo dela se agredindo, que a professora gravou, mas o diretor disse que não conseguiu ver nenhuma agressão da criança. A gente acha que ela levou uma pancada, entrou em crise e daí chamaram a direção”. 

Para o pai, ficou claro que a menina foi agredida dentro da escola. 

“Ela disse que a estagiária tinha dado um tapa no rosto dela. Há mais de dois meses e ela não muda de versão. Ela diz a mesma coisa. Levamos ela ao Nucria, fizemos todo o procedimento, o laudo constatou que ela levou uma pancada e o psicólogo do Nucria também”. 

A criança foi retirada da escola e passou a estudar em outro local. Desde então, a família não teve mais nenhum problema com o suposto “comportamento diferente” da criança.

“Não sabemos o que aconteceu, se houve alguma sindicância sobre a estagiária. Colocamos ela em outra escola e não tem reclamação nenhuma, nem da escola, nem dela. Ela mesmo quer ir para a escola. Então acreditamos que alguma coisa errada tinha com as professoras na outra escola”. 

Procurada, a Polícia Civil informou que está investigando o caso. “Foram realizadas escutas especializadas e recebidos laudos periciais. A PCPR segue realizando diligências a fim de esclarecer o fato”.

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