Medicamentos sofrem reajuste de 4,5% em meio a críticas da indústria e consumidores

Cleomar Diesel

O Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos) anunciou um reajuste de 4,5% nos medicamentos para este ano, uma medida que tem gerado controvérsia entre a indústria farmacêutica e os consumidores.

Tradicionalmente divulgado no último dia útil de março, o anúncio deste ano foi adiado devido ao feriado da Semana Santa, podendo ocorrer até quinta-feira (28). O aumento entrará em vigor a partir de 1º de abril, após a oficialização do ajuste pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos).

A decisão provocou críticas da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), que representa 30 empresas do setor. A entidade classificou o reajuste como uma “sanha arrecadatória” e contestou a justificativa dos estados sobre perda de arrecadação, argumentando que não leva em conta os impactos sobre o consumo de medicamentos e o acesso à saúde.

Um aspecto que chama a atenção é a falta de distinção de aumento em três faixas, como ocorreu em anos anteriores, indicando medicamentos por meio da competitividade do mercado. Essa mudança levanta questionamentos sobre a transparência e equilíbrio no mercado farmacêutico.

Embora autorizado a ser praticado a partir de 1º de abril, o reajuste não é imediato, pois depende de cada farmácia e da própria indústria farmacêutica. Em termos numéricos, o aumento de 4,5% é o menor desde o início da pandemia de Covid-19 em março de 2020. Naquele ano, o reajuste foi de 4,08%, mas ainda não havia sido impactado pela pandemia.

Nos anos seguintes, houve aumentos significativos, atingindo 10,89% em 2022, o maior patamar desde 2016. No ano passado, o reajuste foi menor, caindo para 5,6%.

Diante desse cenário, consumidores estão preocupados com o impacto que esse reajuste terá sobre os preços dos medicamentos e o acesso à saúde. Enquanto a discussão continua, a população aguarda por medidas que garantam a acessibilidade e a equidade no acesso aos tratamentos médicos essenciais.

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