Médica acusada de antecipar mortes em UTI de Curitiba não irá a júri popular, decidem desembargadores

Cleomar Diesel
Imagem: Reprodução

Por 4 votos a 1, desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) decidiram nesta quinta-feira (16) que a médica Virgínia Soares de Souza não irá a júri popular. Cabe recurso.

A decisão revoga uma deliberação de 2021, que tinha definido pelo júri, mas que era contestada por um recurso da defesa da médica.

Virgínia é acusada de antecipar a morte de sete pacientes em tratamento que estavam internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do então Hospital Evangélico, hoje Hospital Universitário Evangélico Mackenzie.

As mortes foram entre 2011 e 2013, segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), que denunciou a médica. Na época, sete subordinados de Virgínia também foram presos e denunciados.

Em nota, o MP-PR disse que “adotará as medidas cabíveis no sentido de recorrer para que o caso seja julgado pelo Tribunal do Júri”.

O órgão também reforçou acreditar na “ocorrência de crimes de homicídio praticados pela denunciada contra pacientes que estavam sob seus cuidados”.

Ainda segundo o MP-PR, além dos sete casos que motivaram a prisão há 10 anos, Virgínia responde pela prática de outros 82 homicídios.

Desde o início do caso, a defesa da médica nega as acusações contra Virgínia e sustenta que ela “praticou atos com justificativas em literaturas médicas”.

A decisão desta quinta (16) é mais um episódio de uma longa tramitação que envolve o principal processo contra a médica. Inicialmente, há 10 anos, Virgínia foi denunciada pelo MP-PR e virou ré por homicídio qualificado.

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