Mantega renuncia à equipe de transição de Lula alegando “tumulto” de adversários

Redação Litorânea

O ex-ministro Guido Mantega comunicou, nesta quinta-feira (17), sua renúncia ao trabalho como voluntário da equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A notícia foi publicada primeiro no site do jornal Folha de S.Paulo, que divulgou a íntegra de carta enviada pelo economista ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), que coordena os trabalhos da transição de governo.

No documento, Mantega disse que aceitou “com alegria” participar do grupo de transição, “na certeza de poder dar uma contribuição para a implantação do governo democrático do presidente Lula”, mas que, diante da pressão de adversários “interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo”, preferia se afastar dos trabalhos.

“Em face de um procedimento administrativo do TCU, que me responsabilizou indevidamente, enquanto ministro da Fazenda, por praticar a suposta postergação de despesas no ano de 2014, as chamadas pedaladas fiscais, aceitei trabalhar na Equipe como colaborador não remunerado, sem cargo público, para não contrariar a decisão que me impedia de exercer funções públicas por 8 anos”, disse.

“Mesmo assim essa minha condição estava sendo explorada pelos adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo”, pontuou.

“Diante disso, resolvi solicitar meu afastamento da Equipe de Transição, no aguardo de decisão judicial que irá suspender os atos do TCU que me afastaram da vida pública. Estou confiante de que a justiça vai reparar esse equívoco, que manchou minha reputação”, concluiu.

Figura a ocupar por mais tempo o Ministério da Fazenda na história do país (2006-2014), Mantega foi anunciado, na semana passada, como integrante do grupo técnico responsável pelo planejamento, orçamento e gestão da equipe de transição.

Por estar inabilitado a exercer cargo em comissão ou função de confiança na administração pública federal por decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), de 2016, que avaliou envolvimento no caso das pedaladas fiscais − situação que amparou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff −, o economista havia participar dos trabalhos como voluntário.

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