Paranaguá encerrou com chave de ouro a 13.ª edição da Festa Nacional da Tainha, consolidando o evento como um dos mais importantes do calendário cultural e turístico do litoral paranaense. Realizada entre os dias 11 e 20 de julho, na Praça de Eventos do Centro Histórico, a festa atraiu cerca de 50 mil visitantes e se destacou não apenas pela programação cultural e de shows, mas também pelo expressivo volume de pescados comercializados, impulsionando a economia local e fortalecendo a identidade caiçara.
Segundo relatório técnico da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Ilhas, Pesca, Abastecimento e Aquicultura (Semdesp), foram comercializados 11.570 quilos de pescado ao longo dos dez dias de festa.
Participação das comunidades tradicionais
A festa teve como protagonista a participação direta das comunidades tradicionais de pescadores artesanais, que ocuparam os boxes de cozinha do evento com sua culinária típica, saberes ancestrais e histórias de vida. Esses espaços, operados por famílias que vivem da pesca artesanal, foram responsáveis por oferecer pratos como a tradicional tainha na telha, tainha recheada, moquecas e outros preparos que expressam a identidade caiçara da região.
Segundo o prefeito Adriano Ramos, o modelo de gestão priorizou a atuação direta das comunidades, garantindo que o lucro das vendas permanecesse com as próprias famílias envolvidas. “A alma da festa está nessas famílias que vivem da pesca e da tradição. Cada prato servido carrega uma história e uma forma de resistência cultural. Nosso papel foi garantir que elas tivessem protagonismo, autonomia e retorno financeiro real. E os números mostram isso: foram quase 10 toneladas de tainha comercializadas diretamente por quem mantém viva a cultura do nosso litoral. Isso mostra a força da nossa cultura, da nossa gente e da capacidade que temos de transformar tradição em desenvolvimento econômico e turístico”, afirmou.
Aumento de vendas em 2025
Mesmo com um período mais curto de realização, a 13ª edição da Festa da Tainha apresentou desempenho significativamente superior ao do ano anterior. Em 2024, durante os 17 dias da 12ª edição, foram comercializados 7.143 quilos de pescados e porções. Já em 2025, esse volume saltou para 11.570 quilos em apenas 10 dias, representando um aumento de 62% – o equivalente a 4.427 quilos a mais.
A tainha, carro-chefe do evento, registrou um crescimento de 70% nas vendas: passou de 5.850 quilos em 2024 para 9.940 quilos em 2025. O camarão também apresentou desempenho expressivo, com aumento de 43,6% nas vendas (de 693 para 995 quilos). As porções diversas, como iscas de peixe e tainha frita, subiram 5,8%, passando de 600 para 635 quilos. Já as ostras foram comercializadas pela primeira vez na história do evento, com a venda de 495 dúzias.
Entre os fatores que explicam o avanço nos resultados estão as condições climáticas mais favoráveis em 2025, em contraste com os dias de chuva registrados na edição anterior, a ampliação da participação das comunidades tradicionais e os aprimoramentos na estrutura e organização da festa.
Garantia de renda e fortalecimento da profissão
O secretário municipal de Pesca, Márcio Vega, também celebrou os números e destacou o papel estratégico da pesca artesanal. “A tainha foi, sem dúvida, a grande estrela da festa. Estamos falando de quase 10 toneladas vendidas por famílias que vivem da pesca, que puderam mostrar sua culinária, garantir renda e fortalecer o orgulho por essa profissão que faz parte da história de Paranaguá”, disse.
Já a secretária municipal de Turismo, Paula Torres, reforçou a vocação do evento para o turismo de base comunitária. “Essa edição foi histórica. A Festa da Tainha atrai visitantes que buscam experiências autênticas, e não há nada mais verdadeiro do que provar uma tainha preparada por quem vive da pesca. Estamos valorizando nossas raízes e mostrando ao Brasil a riqueza do nosso litoral”, concluiu.