Por Paulo Silva
Das seis infrações de trânsito mais flagradas este ano em Guaratuba, metade são apontadas como algumas das principais causas de morte e acidentes nas vias no mundo inteiro, segundo pesquisas de segurança: o excesso de velocidade, a falta do cinto de segurança e o uso celular ao volante.
O maior problema é que, nas ruas, essas e todas as outras infrações previstas em lei são desrespeitadas simultaneamente por motoristas na condução de veículos de diferentes características. O comportamento potencializa as chances de acidentes. Enquanto a reportagem percorria o Setor Comercial no centro da cidade, encontrou o técnico em telecomunicação Celso de Souza, 48 anos, estacionado em cima da calçada. “Falta estacionamento para os carros. Só tem nas calçadas das empresas” justificou a nossa reportagem. As práticas mais comuns são veículos deixados sobre a calçada, em vagas de idosos e deficientes, em cima dos canteiros e em áreas verdes.
Ele conta que, até trocar o carro, tomava muitas multas por excesso de velocidade. Mas, ao adotar um comportamento mais cauteloso na condução do veículo novo, as infrações caíram. Pisar no acelerador e estacionar em local proibido não são seus únicos pecados no trânsito. Trabalho na instalação de internet e temos que cumprir prazos e resolver problemas por telefone mesmo quando estamos dirigindo. Por causa disso, acabamos sendo multados, explicou.
No caso do uso de celular ao volante, a infração atual é branda: infração gravíssima, com multa de R$ 293,47. A maior queixa entre os pedestres é que muitas vezes um motorista para o carro e sinaliza, porém o condutor que vem na faixa ao lado não respeita a preferência. Na avenida 29 de abril um homem com dificuldade de locomoção “cadeirante”aguardava para atravessar no local indicado e o motorista que vinha na faixa central parou o seu carro. Quando o homem atravessava, um Fiat Fiorino, em alta velocidade, na faixa da direita, quase o atropelou e seguiu sem dar preferência. O aposentado José Antônio de Oliveira, 69, que vezes é motorista e vezes é pedestre, conta que no Centro é preciso ter atenção redobrada. “Tem também que ficar atento com os motociclistas, porque eles vêm nos corredores e não respeitam quem está atravessando”, reclama.
Os condutores que priorizam a travessia de pedestres precisam acionar o pisca-alerta do veículo e sinalizar com gestos sua intenção, a fim de chamar a atenção dos demais para que também parem. Toda faixa para travessia de pedestres é precedida de sinalização de advertência e também de regulamentação de velocidade, as quais devem ser respeitadas pelos condutores para preservar sua segurança e dos demais usuários das vias.
Alzira Alves, 72, conta que quase foi atropelada na avenida paraná e que prefere sempre atravessar em alguma faixa de pedestre localizada em frente aos semáforos. “É mais garantido que os motoristas parem. Com a idade que já tenho, é mais perigoso, porque não tenho mais agilidade para correr se precisar” afirmou