Não é raro nos pegarmos questionando por que falhamos em manter nossos plásticos longe da natureza, poluindo-a impiedosamente. Em muitas ocasiões, apontamos o dedo para os vizinhos, culpando-os por não armazenarem adequadamente seus resíduos plásticos.
Entretanto, a resposta para esse dilema parece estar na falta de estrutura básica: a maioria da população carece de lixeiras apropriadas para acondicionar seus detritos antes da coleta pelos serviços municipais, encaminhando-os para lixões ou centros de reciclagem.
Quantas vezes nos deparamos com lixeiras reviradas por cães ou até mesmo por coletores informais, que deixam um rastro de detritos pelo chão, prontos para serem levados pelo vento? Basta dar uma volta matinal em qualquer bairro residencial do Brasil para testemunhar inúmeras caixas de lixo reviradas e sacos de lixo espalhados, um cenário lamentável.
Consideremos o seguinte: o Brasil conta, segundo o IBGE, com 72.456.368 milhões de domicílios. Se apenas dois sacos plásticos são despejados por dia ,na natureza de cada um desses lares, isso equivale a 144.912.736 sacos plásticos. Multipliquemos isso por 365 dias, e teremos uma montanha de cinquenta e dois bilhões, oitocentos e setenta e cinco milhões, seiscentos e quinze mil e quarenta sacos plásticos por dia, espalhados pela natureza e, eventualmente, chegando aos rios e oceanos.
Não seria hora de cuidarmos melhor do armazenamento de resíduos em nossas próprias residências? A responsabilidade é coletiva, e cada um de nós tem um papel vital a desempenhar na preservação do nosso meio ambiente. A implementação de lixeiras adequadas, a conscientização sobre a importância da coleta seletiva e o descarte responsável são passos fundamentais para mitigar esse problema crescente.
Portanto, é imperativo que ações sejam tomadas em nível individual e coletivo para reverter esse quadro alarmante. O futuro de nossos ecossistemas depende das escolhas que fazemos hoje.
