La Niña deve trazer clima mais ameno após recordes de calor causados pelo El Niño, diz OMM

Cleomar Diesel

O fenômeno meteorológico “La Niña” está previsto para trazer um clima mais ameno ao planeta, após o El Niño ter elevado as temperaturas a recordes em 2023. A informação consta no relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), órgão climático da ONU, divulgado nesta segunda-feira (3).

De acordo com a OMM, mesmo com o fim do El Niño, as temperaturas da superfície do mar permanecem altas devido aos efeitos da mudança climática global. O relatório destaca que os impactos de cada episódio de La Niña são determinados por vários fatores, incluindo sua intensidade, duração e o momento de sua manifestação.

Em meio a esse contexto, muitos locais devem experimentar eventos naturais em um cenário de mudanças climáticas globais, com um aumento nas temperaturas médias, o que pode agravar problemas relacionados a fenômenos climáticos extremos.

O que é La Niña?

La Niña é um fenômeno climático natural caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, próximo à América do Sul. Esse evento faz parte do ciclo climático conhecido como El Niño, que alterna entre fases de aquecimento e resfriamento das águas do Pacífico. O nome “La Niña”, que significa “A Menina” em espanhol, foi cunhado por pescadores da região devido à sua associação com uma diminuição nas temperaturas da superfície do mar. Este fenômeno, oposto ao El Niño, tem importantes implicações climáticas em escala global.

Efeitos do La Niña no Brasil

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Desastres Naturais (Cemaden), a influência do La Niña no Brasil está associada a chuvas acima da média nas regiões Norte e Nordeste e períodos mais secos no Centro-Oeste e Sul. Além disso, as temperaturas devem cair, embora cada edição do fenômeno seja única.

“O fenômeno deve se desenvolver na segunda metade deste ano. Então, ainda é difícil saber com precisão quais serão os impactos na temperatura e nas chuvas, porque isso vai depender de fatores como onde se localizarão as maiores anomalias de temperatura no oceano Pacífico, como será a configuração do oceano Atlântico e outros fatores”, explica Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operações e Modelagem do Cemaden, para o site do Governo Federal.

Com o desenvolvimento do La Niña, espera-se uma moderação nas condições climáticas extremas experimentadas recentemente, embora as incertezas permaneçam sobre a amplitude e os detalhes específicos de seus efeitos.

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