A Justiça do Paraná volta a julgar nesta quinta a revisão criminal do Caso Evandro, que foi retratado em uma série de bastante repercussão no país. Produzida a partir do trabalho do pesquisador Ivan Mizanzuk, a produção do Globoplay resgatou uma gravação até então desaparecida que comprovaria que os então suspeitos do assassinato do menino foram torturados para confessar o crime.
Desde então, o jurista Antonio Augusto Figueiredo Basto, que defende Beatriz Abagge, condenada como mandante do assassinato, tenta anular as condenações a partir das novas provas. Ele apresentou recursos que tentam mudar o foro de julgamento do caso no judiciário paranaense e incluir as novas descobertas do caso no processo que tramita na Justiça.
O menino Evandro Caetano, 6 anos, foi morto em Guaratuba, no litoral do Paraná, em 1992. O corpo de Evandro foi encontrado sem as mãos, vísceras e cabelos. As investigações citaram um possível ritual de magia negra encomendado por Celina e Beatriz Abagge e três pais de santo: Osvaldo Marcineiro, Davi dos Santos Soares e Vicente de Paula. Os cinco chegaram a confessar o crime, mas depois alegaram que foram torturados pela polícia para admitir o ritual.
O caso teve cinco julgamentos, segundo reconstituição da CBN Curitiba. Em 2011, Beatriz foi condenada a 21 anos de prisão. Já Celina não foi julgada porque, como ela tinha mais de 70 anos, o crime prescreveu. Os pais de santo também foram condenados pelo sequestro e homicídio do garoto a 20 anos de prisão. As penas de Osvaldo e Davi se extinguiram pelo cumprimento e Vicente de Paula morreu de câncer em 2011 no presídio.