Caso é tratado como execução política e mobiliza atenção pública no Norte Pioneiro do Paraná
Está marcada para o próximo dia 12 de maio, às 14h, na Vara Criminal de Wenceslau Braz, a primeira audiência de instrução do processo que apura o assassinato do vereador eleito em Salto do Itararé, João Domiciano Neto, conhecido como João Garré, ocorrido em novembro de 2024, em Santana do Itararé. O crime, classificado pelo Ministério Público como uma “execução política premeditada”, chocou o Norte Pioneiro do Paraná e região.
Os réus, Odair José Carvalho da Silva, conhecido como “Nenê da Ambulância”, e seu filho Douglas Carvalho da Silva, o “Douglas Cowboy”, estão presos preventivamente e vão responder perante o Tribunal do Júri por homicídio duplamente qualificado. De acordo com a denúncia, pai e filho teriam encomendado o assassinato após Odair perder a eleição municipal por uma diferença de apenas quatro votos para a vítima.
Segundo o Ministério Público, o crime teve motivação torpe e foi cometido enquanto o vereador dormia na casa dos seus pais, na cidade vizinha Santana do Itararé, sem chance de defesa. A Promotoria sustenta que os réus agiram por vingança política, planejando detalhadamente o ataque que vitimou o parlamentar dentro da casa dos pais, idosos.
As investigações apontam que os executores, Tiago Correa e Cleiton de Oliveira da Silva, morreram em confronto com a Polícia Militar durante a fuga em direção a Curitiba. Com eles, foi apreendido um revólver calibre .38 com numeração raspada – arma compatível com a utilizada no crime.
A audiência será realizada em formato semipresencial, com previsão de interrogatórios, oitivas de testemunhas e participação remota de advogados e depoentes de fora da comarca. Mais de dez testemunhas foram arroladas, incluindo familiares da vítima, autoridades policiais e uma testemunha sigilosa que, segundo o MP, é fundamental para comprovar a autoria intelectual do crime.
Os réus foram denunciados com base no artigo 121, §2º, incisos I (motivo torpe), IV (recurso que dificultou a defesa da vítima) e VIII (uso de arma de fogo de uso restrito) do Código Penal.
As populações de Salto do Itararé, Santana do Itararé e municípios vizinhos acompanha o caso com atenção e indignação. A morte de um representante eleito por suposta motivação política reacendeu debates sobre a violência no ambiente democrático e a segurança de agentes públicos em suas funções.
A expectativa é de que a audiência seja extensa e decisiva para os rumos do processo, considerado um dos mais graves da história recente da política paranaense.