Julho é o mês dedicado à conscientização e ao combate às hepatites virais, um importante alerta para a saúde pública no Brasil. Essas infecções atingem o fígado e, muitas vezes, se desenvolvem de forma silenciosa, sem sintomas evidentes, o que dificulta o diagnóstico precoce.
Tipos e características das hepatites
As hepatites mais comuns no país são os tipos A, B e C, mas também existem os tipos D e E. A hepatite D é mais prevalente na região Norte, enquanto a E tem ocorrência mais rara.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2000 e 2023, foram confirmados 785.571 casos de hepatites virais no Brasil:
- Hepatite A – 171.255 casos (21,8%)
- Hepatite B – 289.029 casos (36,8%)
- Hepatite C – 318.916 casos (40,6%)
- Hepatite D – 4.525 casos (0,6%)
- Hepatite E – 1.846 casos (0,2%)
Hepatite C: a mais grave
A hepatite C é a que registra o maior número de casos e óbitos no Brasil. É também a principal causa de complicações como cirrose e câncer de fígado. Entre 2000 e 2022, foram identificadas 68.189 mortes pela doença, sendo a maioria na região Sudeste (55,4%).
“A grande dificuldade está em identificar a infecção nas fases iniciais, já que a hepatite C costuma evoluir de forma assintomática. Quando os sinais aparecem, geralmente já está em estágio avançado”, alerta a dra. Alda Cristina Feitosa, médica hematologista da ONA – Organização Nacional de Acreditação.
Ela reforça a importância do teste gratuito disponível em postos de saúde para pessoas com mais de 45 anos, com início imediato do tratamento em caso positivo.
O que a hepatite causa no fígado?
A hepatite é uma inflamação no fígado, causada por vírus, medicamentos, álcool, drogas, ou por doenças autoimunes, genéticas e metabólicas. A gravidade pode variar desde quadros leves até insuficiência hepática, cirrose e câncer. Os sintomas, quando aparecem, incluem:
- Cansaço e febre
- Mal-estar, tontura, enjoo e vômitos
- Dor abdominal
- Pele e olhos amarelados
- Urina escura e fezes claras