Jovem de 23 anos morre em Guaratuba após espera por ambulância; mãe denuncia descaso no atendimento

Bia Borges
Foto: Redes Sociais

Uma tragédia abalou uma família guaratubana nesta terça-feira, 6 de maio. Um jovem de 23 anos faleceu após uma série de tentativas frustradas de socorro por meio do SAMU. Segundo a mãe do rapaz, em entrevista exclusiva à equipe de jornalismo da Rádio Litorânea FM, o socorro demorou tanto que ela precisou levá-lo por conta própria até o Pronto Socorro da cidade, onde encontrou duas ambulâncias paradas — que, segundo a equipe de plantão, “não eram destinadas àquele tipo de atendimento”.

O jovem chegou a ser atendido, mas não resistiu. Ele entrou em óbito pouco depois de dar entrada na unidade.

Revoltada e em estado de choque, a mãe relatou que fez inúmeras ligações ao SAMU, mas nenhuma ambulância foi enviada. “Eu só queria salvar meu filho. Ele estava passando mal, eu implorava por ajuda e nada. Quando consegui um carro pra levar ele, ainda escuto que as ambulâncias paradas ali não eram para esse tipo de atendimento?”, desabafou.

Ao tentar ver o filho já sem vida, a mãe diz ter sido contida por agentes da Guarda Municipal chamados pela própria equipe do Pronto Socorro. “Eu só queria me despedir do meu filho. Me impediram e ainda chamaram a guarda pra me conter como se eu fosse uma criminosa”, disse, emocionada, à nossa reportagem.

A dor da perda se transformou em um grito de indignação nas redes sociais. Poucas horas depois da publicação, a mãe afirma ter recebido uma ligação do vereador André Montemezzo — conhecido por fiscalizar o Pronto Socorro em gestões anteriores. Segundo ela, o vereador a repreendeu por ter exposto a situação, dizendo que ela deveria “analisar melhor antes de fazer postagens na internet”.

“Eu não acreditei. Ao invés de acolher, ele veio me cobrar. Eu perdi meu filho, e ele se preocupou com o que postei? Isso revolta qualquer mãe”, relatou, visivelmente abalada, ao repórter Marcello Fuja Loko, da Rádio Litorânea FM.

O caso repercutiu intensamente na cidade. Internautas expressaram apoio à família e cobraram providências do poder público. Muitos destacaram que o problema no atendimento de emergência em Guaratuba é antigo e exige respostas imediatas.

A Rádio Litorânea tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.

Enquanto isso, a dor da família permanece. “O dia 6 de maio nunca mais vai sair da nossa memória. O que aconteceu com meu filho não pode acontecer com mais ninguém”, finalizou a mãe.

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