Joinville vai soltar mosquitos com Wolbachia em agosto

Cleomar Diesel

A Prefeitura de Joinville anunciou que os ovos dos primeiros Wolbitos eclodiram na semana passada e, atualmente, estão sendo monitorados até que estejam prontos para serem soltos. A previsão é que a primeira soltura ocorra na segunda quinzena do mês.

O projeto marca o início da operação da Biofábrica do Método Wolbachia na cidade. Agentes da Vigilância Ambiental estão recebendo treinamento especializado por colaboradores do World Mosquito Program (WMP).

Método Wolbachia: Como Funciona

O Método Wolbachia consiste na introdução da bactéria Wolbachia em mosquitos Aedes aegypti, que normalmente não possuem essa bactéria. A Wolbachia, presente em 60% dos insetos da natureza, como a mosca da banana e a libélula, não causa danos aos humanos. Quando inserida nos Aedes aegypti, a Wolbachia impede que vírus como dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dos mosquitos, contribuindo para a redução dessas doenças.

A estratégia envolve liberar Aedes aegypti com Wolbachia para que eles se reproduzam com os mosquitos locais. Aos poucos, isso cria uma população de mosquitos que carrega a bactéria. A reprodução entre um macho com Wolbachia e uma fêmea sem Wolbachia resulta em ovos que não eclodirão. Já a reprodução entre um macho sem Wolbachia e uma fêmea com Wolbachia, ou entre dois mosquitos com Wolbachia, resulta em prole que já nasce com a bactéria. Esse processo gradual aumenta a porcentagem de mosquitos portadores de Wolbachia até que ela se estabilize, tornando o método autossustentável e eficaz a longo prazo. Importante notar que não há modificações genéticas no mosquito ou na Wolbachia.

O método já demonstrou sucesso em outras localidades, como Niterói, que começou a implantar a estratégia em 2015. No ano passado, Niterói alcançou a cobertura de 100% do território com a técnica, resultando em uma redução de aproximadamente 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika.

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