Javier Milei assume a presidência da Argentina e promete mudanças radicais para superar crise econômica

Cleomar Diesel

Neste domingo, Javier Milei foi empossado como o novo presidente da Argentina, assumindo um mandato de quatro anos em meio a uma profunda crise econômica. O líder, conhecido por sua postura libertária e compromisso com cortes drásticos, começou sua gestão com a extinção de metade dos 18 ministérios herdados do governo anterior, liderado por Alberto Fernández.

Cumprindo sua promessa de campanha, que adotou a “motosserra” como símbolo, Milei reduziu o governo a apenas nove ministérios. As pastas preservadas são as do Comércio Internacional e Culto, Defesa, Economia, Infraestrutura, Interior, Justiça, Relações Exteriores, Saúde e Capital Humano e Segurança. O decreto de reestruturação foi o primeiro ato oficial assinado pelo novo presidente em seu gabinete na Casa Rosada, a sede do governo argentino.

Em seu discurso de posse, Milei enfatizou seu compromisso com a transformação e a superação dos desafios enfrentados pelo país. “Não há retorno. Hoje encerramos décadas de fracasso e disputas sem sentido. Começa uma nova era na Argentina, era de paz e prosperidade, de conhecimento e desenvolvimento, de liberdade e progresso”, declarou.

O presidente recém-empossado também alertou para a necessidade de medidas rápidas, descartando a ideia de gradualismo. “Não há espaço para a frouxidão, nem para meias medidas. Se não avançarmos rapidamente, estaremos caminhando para a pior crise de toda a nossa história”, afirmou.

Milei anunciou ainda planos de privatização para órgãos, empresas e meios de comunicação públicos. Entre as empresas a serem privatizadas estão a Aerolineas Argentinas e a petroleira YPF. Essas medidas têm como objetivo reduzir os gastos públicos e impulsionar a eficiência do setor.

A posse de Milei foi marcada por uma grande manifestação popular nas ruas de Buenos Aires, onde a população se reuniu para saudar o novo presidente antes e depois de seu discurso no parlamento. O evento contou com a presença de líderes estrangeiros, incluindo o rei da Espanha Felipe VI, o presidente da Ucrânia Volodimir Zelenski, o presidente comunista do Chile Gabriel Boric, além dos chefes de governo de países como Uruguai, Paraguai e Equador.

Entretanto, a ausência do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva foi notada, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro se encontrou com Milei pouco após desembarcar em Buenos Aires. Parlamentares e governadores brasileiros também estiveram presentes na cerimônia, destacando o interesse e a atenção da comunidade internacional para os desdobramentos políticos na Argentina.

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